Previ mantem estratégia | José Mauricio Coelho assume presidência...

O novo presidente da Previ, José Maurício Coelho, que assumiu o cargo em julho no lugar de Gueitiro Genso, aponta como uma das principais prioridades à frente do maior fundo de pensão do país, com Patrimônio Líquido de R$ 175,20 bilhões, manter a estratégia de tornar a carteira de investimento mais líquida frente ao envelhecimento da população de aproximadamente 200 mil segurados.
“Temos dois grandes ativos em que ainda estamos em bloco de controle, a Vale (Litel) e a Neoenergia. Não temos pressa em nos desfazer desses investimentos, mas trabalhamos em soluções que aumentem as nossas oportunidades para quando isso for acontecer. Queremos sempre ter mais de uma alternativa”, afirma Coelho. Ele lembra que, como a maior parte dos participantes do Plano 1 já é formada apenas por aposentados, é necessário preparar o fundo para correr menos riscos e ter mais liquidez para fazer frente aos passivos.
Embora reconheça o desejo por alternativas adicionais de liquidez, o dirigente do fundo de pensão ressalta que isso não significa ter pressa para vender as ações da Vale, que têm apresentado expressiva valorização nos últimos meses. “Passos importantes foram dados com o novo acordo de acionistas, a companhia está no maior nível de governança da B3, o Novo Mercado. As ações da Vale têm potencial de valorização e dão bons dividendos”, pondera o presidente da Previ.

Retorno – Sobre o retorno da carteira de investimentos da fundação, que de janeiro a julho atingiu 3,56% no Plano 1, contra uma meta de INPC mais 5% ao ano correspondente no período a 5,80%, Coelho nota que “estamos vivendo um cenário político-econômico difícil, com as oscilações do ano eleitoral refletindo no mercado e repercutindo nos resultados dos planos de benefícios da Previ”.
O presidente da fundação afirma também que, dado o perfil da carteira de investimentos da entidade, formada, segundo ele, por ativos sólidos e resilientes de boas companhias, ela tende a rentabilizar ao menor sinal de melhora da economia. “Nossa governança e nosso planejamento nos protegem em momentos assim”.
Em relação ao episódio envolvendo a troca de comando da BRF, o dirigente afirma que a Previ sabia o que precisava ser feito, e que o compromisso da fundação está alinhado ao melhor interesse das empresas investidas. “Conhecemos o papel que temos como acionistas. Entendemos os papéis a serem desempenhados pelos agentes que compõem a governança corporativa de uma companhia e respeitamos essa dinâmica”, diz Coelho.

Imóveis – Fazendo coro a um questionamento que tem sido comum entre seus pares em relação às mudanças trazidas pela Resolução 4.661, na área de investimentos imobiliários, o presidente da Previ entende que “talvez seja preciso algum aprimoramento ao longo do tempo, em especial a questão do prazo de 12 anos para o enquadramento”. No entanto, também em linha com as demais entidades, Coelho avalia que de modo geral o novo normativo trouxe avanços importantes, principalmente sobre questões como os aspectos de governança e de controle de riscos nos investimentos. “Ficaram melhor organizados os segmentos de investimentos, com a incorporação de novos produtos, a exemplo do que já havia sido feito com a classe de investimentos no exterior”, nota o dirigente, que antes de assumir a presidência da Previ estava à frente da BB Seguridade, tendo anteriormente ocupado diversas vice-presidências e diretorias no BB.

Instituídos – Quanto a tendência crescente dentro do sistema de previdência complementar fechada de criação de novos planos instituídos, Coelho lembra do trabalho que a Abrapp está liderando para garantir que as entidades tenham essa oportunidade por meio do plano setorial. “Quando isso se tornar realidade, cada fundação deve fazer o seu dever de casa e avaliar as possibilidades. É o que nós faremos também. A prospecção de novos públicos e planos faz parte de nosso planejamento estratégico”, pontua o dirigente.