Edição 153
A Cooperativa de Crédito dos Médicos e Profissionais da Área da Saúde (Unicred) dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul abre neste mês de janeiro o prazo para que os seus associados possam aderir ao fundo de pensão instituído pela entidade. O fundo, denominado Quanta, já foi aprovado pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC) no final de novembro e, segundo o consultor da “Data A”, Tulnê Sebastião Velho Vieira, que atuou no processo de estruturação do plano, a expectativa é abrigar, em um primeiro momento, cerca de 22 mil participantes em ambos os estados.
Mas a intenção das Centrais Unicred de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, explica Vieira, é expandir a atuação do plano aos demais 20 estados nos quais a cooperativa tem associados. “Juntas, essas entidades contabilizam nada menos de 100 mil profissionais da área de saúde”, afirma. Do total de estados, no entanto, o consultor lembra que poucos – principalmente aqueles situados na região Nordeste – já oferecem aos cooperados previdência aberta através do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).
A possibilidade de transferência de recursos do plano complementar aberto para o fundo de pensão, porém, é alta, como revelou pesquisa realizada junto aos profissionais registrados nesses estados. “Quase a totalidade dos cooperados afirmou que migraria para o fundo fechado. E, realmente, acredito que sim, dada a diferença de taxas de administração e carregamento dos regimes”, diz.
Previsc fará gestão – O plano terá seus passivos administrados pela Previsc Serviços – empresa ligada ao fundo de pensão Previsc, que tem como principal patrocinadora a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). “Faremos a gestão do passivo, o cadastro dos participantes e a concessão dos benefícios”, afirma o superintendente da fundação, Luiz Alberto Cavalheiro.
A empresa, que já presta serviços de consultoria e fornece softwares de gestão a cerca de 14 institutos de previdência e aos fundos de pensão Sulamulti Aetna – multipatrocinado dirigido aos funcionários do grupo SulAmérica – cobrará, inicialmente, taxa de administração fixa pela gestão dos passivos. “Nos primeiros quatro anos de funcionamento, essa contribuição começará do zero e atingirá R$ 4 mil. Depois desse período, começaremos a trabalhar com um percentual de 0,17% sobre o patrimônio, até reduzir para 0,10%”, explica Cavalheiro. O contrato da Quanta com a Previsc Serviços passará por renegociação a cada três anos.
A gestão dos ativos, por sua vez, deverá ser feita pela administradora de ativos Somma Asset Management, enquanto a custódia e a controladoria devem ficar a cargo do Itaú. Outra empresa a ser contratada é a Mongeral Seguradora, que será responsável pela parcela dos benefícios de risco a serem concedidos pelo fundo de pensão. A meta atuarial do fundo é Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 6% ao ano.
Contribuições e escolhas – Segundo Vieira, consultor da “Data A”, a contribuição do participante ao plano não será sobre o ganho salarial, mas sim sobre um valor fixo. “A parcela mínima foi fixada em R$ 50. Achamos melhor esse tipo de cobrança porque estamos tratando com profissionais liberais, cuja renda oscila mensalmente”, diz o consultor.
A contribuição média mensal, no entanto, está estimada em R$ 120.
No próximo dia 18 de dezembro (na semana antes da data de fechamento desta revista), lembra ele, os cooperados terão seu primeiro compromisso junto ao fundo de pensão: escolher e conhecer os membros da diretoria executiva e conselheiros da Quanta. “Nesse dia serão eleitos os diretores superintendente, de seguridade e administrativo-financeiro, além dos membros dos conselhos administrativo e fiscal”, finaliza Vieira.