Maior procura por fundos exclusivos | Com a instabilidade das cot...

Edição 119

Como os fundos exclusivos não são obrigados a marcar a mercado e não tiveram perdas com a nova marcação, o diretor do Instituto Brasileiro de Atuária, Heitor Rigueira, acha que fica ainda mais fortalecida a tendência de migração de fundos abertos para exclusivos. Este tipo de investimento é mais vantajoso porque a fundação (que é a única cotista do fundo) não corre o risco de sofrer perdas devido aos saques de outros aplicadores, como ocorre em fundos abertos.
Depois das perdas nos fundos abertos, a fundação Sabesprev decidiu que os recursos devem ir para os fundos exclusivos. Já a Petros, que vem adotando esse sistema desde 1999, tem hoje todo o seu portfólio de aplicações em fundos fechados e marcados a mercado. “Não perdemos nada com a nova marcação”, diz o gestor da Petros, Alexandre Horstmann. Para ele, as principais vantagens do novo sistema são a precificação homogênea, melhor comparação das performances de gestores e uma noção mais exata de quanto vale a carteira.
Quem decidir marcar pela curva em fundos exclusivos tem de obedecer alguns critérios. A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) permite, por exemplo, que o fundo de pensão marque pela curva apenas se houver papéis com prazo superior a um ano e que foram comprados como hedge do passivo. “Isso significa que a fundação não pode vender os títulos antes do vencimento”, explica o consultor da Mercer Human Resource Consulting, Lauro Araújo. A fundação deve comprovar que tem dinheiro suficiente para as saídas previsíveis de recursos ao longo desse período.
Além desses fatores, antes de adotar ou não a marcação a mercado em fundos exclusivos, a fundação deve analisar qual o tipo de plano oferecido. Para Mathias Fulda, da Risk Control, faz mais sentido marcar a mercado em fundos que fazem parte de planos de contribuição definida, “porque têm mais saques do que os de benefício definido”. O consultor da Risk Control acredita que, se os planos de previdência têm segregação real de ativos (cada plano tem suas aplicações separadas), tanto faz marcar a mercado ou não. Já se essa separação de ativos for apenas virtual (o que significa que há vários planos dentro de um mesmo fundo), é mais recomendável fazer a marcação a mercado.