Libertas quer novos CDs | Fundação Libertas espera atrair mais de...

Edição 303

 

A Fundação Libertas está preparando a criação de dois planos de contribuição definida (CD) como parte de um planejamento estratégico para ganhar mais musculatura e atrair potenciais participantes que hoje estão fora dos atuais planos por falta de produtos adequados. Com os novos planos, a entidade espera a adesão de algo em torno de 30 mil participantes, avalia a diretora de seguridade da fundação, Cláudia Balula.
Segundo ela, um dos planos visa atrair 17 mil funcionários da MGS (Minas Gerais Administração e Serviços) que não fazem parte dos planos da Libertas. A MGS é uma de suas patrocinadoras e possui um plano de benefício definido (BD), que será saldado, mas a maioria dos seus 21 mil funcionários não aderiu aos planos da fundação – apenas 4 mil aderiram.
De acordo com Cláudia, a baixa adesão se deve principalmente à pouca atratividade dos planos oferecidos atualmente. “Agora, a pedido da patrocinadora, foi feito um grupo de trabalho para criar um plano de contribuição definida no qual teremos mais flexibilidade em termos de percentuais contributivos, e contrataremos uma cobertura de risco por morte e invalidez com uma seguradora, além de trabalharmos com contas individualizadas”, explica Cláudia. “A empresa tem rotatividade alta de empregados, então criaremos um plano mais adequado a essa nova realidade e permitiremos aos atuais participantes migrarem para esse novo plano, que será chamado MGSPrev, além de tentar atrair os demais que ainda não possuem previdência complementar conosco”, complementa.
O fundo de pensão também está fazendo a modelagem de um plano multi-instituído, na modalidade CD, para possibilitar o ingresso dos familiares dos participantes da fundação, além de empresas que atuam como prestadoras de serviços das atuais patrocinadoras. “Identificamos nos dependentes de nossos participantes uma demanda grande por um plano de previdência”, diz o presidente da entidade, Edevaldo Fernandes. “Esse plano deve ter várias camadas: o grupo de familiares e dependentes, e um grupo de empresas e entidades que orbitam ao redor das patrocinadoras. Vemos um conjunto de empresas coligadas às nossas patrocinadoras estatais. Queremos permitir no mesmo plano empresas menores, com capacidade orçamentária menor, sem a obrigação da contribuição paritária”, destaca.
Segundo Fernandes, o plano deve iniciar com cerca de 15 a 20 mil participantes. “Quando pensamos apenas no grupamento das nossa empresas e nos familiares mais diretos dos participantes já vemos essa potencialidade”, complementa o presidente da Libertas. A fundação ainda está em negociação com possíveis instituidores para este plano. “Estamos em contato com todos os nossos sindicatos e associações das empresas, pois precisamos ter essa figura associativa. A partir dessa associação, conseguiremos atingir familiares de até 2º grau dos participantes”, destaca o presidente da Libertas.

Investimentos – A Fundação Libertas também fez mudanças na parte de seus investimentos, apostando mais em fundos estruturados, entre eles fundos de investimento em participações (FIPs) e multimercados, para os quais contratou oito gestores entre setembro do ano passado e maio deste ano. “Foi feita uma análise dos gestores com histórico de 10, 5 e 3 anos, para entendermos cada ciclo, e a partir disso selecionamos quatro gestores para cada segmento”, explica Edevaldo Fernandes. São eles Vinci, Kinea, Hamilton Lane e Lacan para FIPs, e Bahia Asset, Garde, SPX e Sul América para os multimercados. “Estamos iniciando mandatos que variam entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, com análises que acompanham os primeiros meses de alocação”, complementa.
Nos outros segmentos, a fundação fez poucas alterações. “Temos feito um processo de adequar nossa carteira de investimentos em renda fixa para análise ou substituição dos ativos, e isso ainda está em andamento, mas já nos permitiu reduzir custos e trazer diferenciais de novos gestores. Isso foi uma estratégia desenhada no ano passado e está em desenvolvimento”, explica Fernandes. Nos planos BD, a ideia é manter o estoque de ativos alocados e definir como será feito o reinvestimento e a alocação de recursos que ainda devem entrar. “De um lado, temos alocação em ativos de renda fixa com prêmios diferenciados, além de FIPs e multimercado. Também estamos analisando operações de crédito privado”, destaca.
Para renda variável, a entidade deve manter a posição atual dos investimentos e estudar alocações alternativas, observando o prêmio de risco para enfrentar metas atuariais. “Estamos qualificando e entendendo as taxas de juros reais. Imóveis, por sua vez, temos uma carteira já construída e não faremos novas alocações nesse segmento. Tivemos, no mês passado, um trabalho com a equipe do Santander para discutir renda fixa, e no começo deste mês, com a XP Investimentos para falar sobre renda variável. Ao longo do ano, vamos ter uma tomada de conhecimento mais ampla dos demais segmentos de investimentos para formar estratégias”, complementa Fernandes.