Jovens e pequenas | Nike e Accenture, que criaram planos, têm o p...

Edição 95

A Nike do Brasil, com cerca de 80 funcionários, e a empresa de consultoria Accenture (antiga Andersen Consulting), que presta serviços nas áreas de tecnologia e informática, criaram recentemente planos do tipo PGBL para os seus funcionários. As duas fazem parte de um contingente de empresas de pequeno porte e com um quadro de funcionários jovens que estão optando pelo plano aberto na hora de oferecer uma aposentadoria complementar aos seus funcionários.
Segundo a diretora de Recursos Humanos da Nike do Brasil, Idathy Munhoz, o PGBL mostrou-se como o tipo de plano mais interessante para a empresa e mais adequado ao perfil dos seus funcionários. “Somos um grupo pequeno e mais jovem que a média de outras empresas”.
Desde novembro, estão sendo descontados entre 1% e 5% do salário dos cerca de 50 funcionários da Nike que aderiram ao plano. A empresa vai contribuir na paridade de um para um.
O plano da Nike pretende complementar em 60% a renda do funcionário na época da sua aposentadoria. Os recursos captados vão ser aplicados no Bradesco e o funcionário poderá escolher entre um fundo de renda fixa ou um misto de renda fixa e variável.
Inicialmente, o plano foi feito para os funcionários de São Paulo, mas será estendido aos funcionários das unidades da empresa no Rio de Janeiro e em Novo Hamburgo (RS).
A Nike do Brasil iniciou operações no Brasil em julho de 1999. Antes disso, a marca se fazia presente por meio de empresas distribuidoras.
A Accenture decidiu pelo desenho do PGBL depois de dois anos de estudos sobre qual o plano de previdência complementar que melhor se encaixava no perfil da empresa. “É o produto mais moderno do mercado”, diz a gerente de remuneração e benefícios da empresa, Lúcia Cristina Afonso.
Para a diretora da TRR Seguros, Elizabeth Ramos Rudge, que participou da elaboração do plano e dá consultoria para empresas dos setores de tecnologia, auditoria e financeiro, a tendência entre as empresas mais modernas é a opção pelo PGBL. Segundo Elizabeth, as empresas com funcionários mais jovens, que pagam salários médios mais elevados e apresentam uma rotatividade menor, são as mais adequadas aos planos de previdência abertos do tipo PGBL.
Ela entende que a escolha de um plano aberto, que considera mais flexível na aplicação dos recursos, deve fazer parte da política de retenção de talentos da empresa, além de ser um pleito dos profissionais mais jovens.

Conservadorismo – Mesmo com o perfil mais moderno das usuárias de PGBL, a opção de aplicação dos recursos é mais conservadora. A Accenture decidiu aplicar 100% dos recursos num fundo de renda fixa. Porém, a empresa permite aos funcionários que quiserem optar por um fundo mais agressivo alocar seus recursos em produtos compostos por ativos de renda variável. De acordo com a diretora da TRR Seguros, a maioria dos funcionários optou pelo perfil de investimento adotado pela empresa, mais conservador, mas está aberta a possibilidade de mudança.
Desde o início do dezembro, os funcionários que ganham acima de R$ 2.600,00, que representam cerca de 55% do quadro da empresa, participam do plano. A estimativa é de que cada empregado irá receber um benefício vitalício com o equivalente a 50% do salário líquido na época da sua aposentadoria.
Os funcionários cujos salários estão entre R$ 1.300,00 e R$ 2.600,00 não participam do plano. Como a empresa complementará até 50% do salário, no caso de quem tem rendimentos mensais neste intervalo, o benefício máximo da Previdência, de R$ 1.328,25, cobre o percentual de complementação estipulado pela empresa.
Mas eles também receberão um benefício, no momento da aposentadoria, de três salários atualizados, que será pago uma única vez. Quem recebe até R$ 1.299,00 também poderá contar o benefício de um salário atualizado na época da sua aposentadoria.