Itaipu quer diluir riscos atuariais | Especialista da PPS é contr...

Edição 148

Uma política de investimentos capaz de proteger o patrimônio da fundação de riscos. Foi isso que pediram os gestores do fundo de pensão dos funcionários da Itaipu Paraguai ao brasileiro Everaldo Guedes de Azevedo França, especialista em avaliação de desempenho de carteiras, encarregado de fazer um estudo de Asset Liability Management (ALM) para a fundação. França, sócio da consultoria PPS, espera entregar o trabalho, que está em fase de finalização, ainda no mês de agosto.
Segundo ele, o estudo prevê que a proteção para o patrimônio da fundação paraguaia deve ser buscada fora do país, uma vez o mercado financeiro paraguaio é muito restrito – para se ter uma idéia, a bolsa de valores local tem pouquíssimos papéis, todos sem liquidez. Hoje, a entidade tem 90% do patrimônio, US$ 190 bilhões, nos Estados Unidos. Os 10% restantes estão no país, em imóveis e “efectivos”, equivalentes a títulos brasileiros atrelados ao CDI .
Ainda segundo França, que foi auxiliado no trabalho pelo consultor Fábio Silva Dias, a proposta que será apresentada aos paraguaios será a desmobilização deste patrimônio, concentrado em dólar, e o investimento em ativos lastreados em uma cesta de moedas cujo resultado fique próximo do objetivo do fundo: evitar riscos e ter um retorno próximo à inflação daquele país. “Vamos sugerir a aplicação em títulos públicos de alguns países. A moeda norte-americana fará parte do grupo, assim como o real, que tem correlação muito forte com o guarani”, antecipa Dias.
Para chegar a um ALM ideal para o fundo de pensão paraguaio, para um período de cinco anos, França e Dias usaram o método de otimização estocástica, considerado um dos mais avançados para esta finalidade. Por meio deste processo, é permitido apresentar um resultado que contempla todas as suas peculiaridades do cliente. “É um método absolutamente flexível, quase artesanal”, explica França.
A exemplo do que fizeram os gestores da Itaipu Paraguai, o especialista afirma que, aos poucos, os fundos de pensão brasileiros também têm se dado conta de que a gestão de risco futuro passa pela ALM. “O que muitos não sabem é que pode ser feita em diversos níveis, do básico ao mais sofisticado. Não é obrigatório pela lei, mas é importante”.