Edição 138
O Itaú fechou acordo com a Investidor Profissional, tornando-se distribuidor exclusivo de todos os seus produtos voltados para o mercado de clientes institucionais. A Investidor Profissional, nascida em 1988 com foco em produtos de renda variável, é uma das primeiras empresas independentes de gestão de recursos.
Com uma carteira de R$ 500 milhões sob gestão, a IP possui um fundo aberto voltado para clientes institucionais (IP Participações Institucional, de R$ 20 milhões) e outros três fundos exclusivos nesse segmento. No total, a participação da IP no mercado institucional alcança R$ 110 milhões, com oito clientes entre fundos de pensão e seguradoras. O Itaú, terceiro maior gestor de recursos de terceiros do País, é o segundo maior gestor de recursos de fundos de pensão, com R$ 62,5 bilhões ao final de junho último (ver ranking à página 48).
O namoro entre os dois começou neste ano, a partir das conclusões da própria IP de que o atendimento ao mercado de clientes institucionais demandava uma estrutura muito complexa e cara. Para crescer nesse mercado, a saída seria fazer uma parceria de distribuição, concluíram os sócios da IP, Roberto Vinhaes e Christiano Fonseca. A escolha, óbvia, recaiu sobre o Itaú, que há anos já custodiava os ativos dos fundos da IP.
A partir de agora, embora a gestão da carteira de institucionais da IP continue a ser feita pela própria, o atendimento passa a ser feito pelo Itaú. Da mesma forma, qualquer novo produto a ser lançado pela IP no segmento de institucionais será feito pelo Itaú. “Nós passamos a representar toda a gestão da IP voltada para esses clientes”, diz o diretor da área institucional do Itaú, Alexandre Zákia. “Tanto dos produtos atuais quanto dos novos”.
O segmento private, que é hoje o principal nicho de atuação da IP, continuará a ser atendido pelos outros parceiros da asset, inclusive o Itaú, que distribuem os seus fundos. O IP Participações, um fundo de R$ 120 milhões voltado aos clientes private e cuja composição de ativos é similar ao IP Participações Institucional, é considerado um dos fundos mais antigos do mercado. Sua rentabilidade também é excelente, acumulando ganho de 634% em dólar no período entre fevereiro de 93 e agosto de 2003. Ou seja, algo como 21% ao ano, contra uma rentabilidade média de 10% ao ano do Ibovespa, ambos equalizados pela moeda norte-americana.
Apesar da parceria firmada entre IP e Itaú na área de distribuição de produtos voltados para clientes institucionais, não há risco de que as informações de um sejam transmitidas à área de gestão do outro. “O nosso acordo é na distribuição, entre as outras áreas da asset não haverá nenhum contato”, ressalva o diretor da IP Christiano Fonseca.
Com o acordo, o Itaú passa a contar com alguns produtos super-especializados na área de renda variável, como aqueles focados em governança corporativa que é o forte da IP. Isso, segundo Zákia, sem representar qualquer conflito com a área de renda variável do Itaú, que desde o final do ano passado foi fortalecida com a compra do BBA, que possuía uma equipe de renda variável considerada de primeira.
Uma mudança resultante do acordo será com relação à administração dos fundos da IP, que era feita pela Mellon e passa a ser feita pelo Itaú. Da mesma forma a custódia, que também passará para o Itaú com exceção dos casos em que o fundo for exclusivo e o cliente tiver o seu próprio custodiante.
O Itaú calcula que possua negócios da ordem de R$ 113 bilhões junto a clientes institucionais, incluindo as áreas de custódia, tesouraria, gestão de recursos, corretora e produtos bancários.