Edição 117
A fusão das assets do ING e da Sul América Investimentos já está na fase final de ajustes, mas a nova marca da administradora ainda não foi definida. Segundo um dos executivos do comitê de transição (que foi formado para comandar a união dos dois negócios), estão sendo discutidas agora as práticas de conduta, controle e processos que irão nortear as operações daqui para a frente.
O trabalho conjunto entre as duas assets começou no início de abril, quando os 24 funcionários do ING foram transferidos para o prédio da Sul América, no Morumbi (zona Sul de São Paulo). Estes juntaram-se aos mais de 80 empregados da Sul América, formando uma asset com R$ 5,4 bilhões de ativos. Deste total, R$ 3,7 bilhões vieram da Sul América e R$ 1,7 bilhão do ING.
No comando das operações estão cinco executivos: dois do ING e três do grupo Sul América. São eles Ricardo Leonardos (ex-diretor-geral do ING IM), Fábio Penteado (diretor comercial do ING IM), Renato Russo (diretor-geral da asset da Sul América), Ronaldo Magalhães (diretor comercial da asset da Sul América) e Hélio Novaes (superintendente da Sul América).
A principal diferença entre as duas asset é que, enquanto o ING estava totalmente focado para o mercado de clientes institucionais, a Sul América tem forte atuação no nicho de pessoas físicas, por conta de sua operação no ramo de previdência aberta. A novidade é que, agora, todos passam a seguir religiosamente a nova cartilha de produtos de acumulação de capital em vida, previdência e investimentos.
Segundo Ricardo Leonardos, 60% da receita do ING no mundo vem de seguros, 30% de serviços bancários e 10% de administração de recursos. “Mas a área de seguros do ING não tem ênfase em automóveis, somente em vida e previdência, o que difere da Sul América, que atua fortemente nesses ramos”, diz Leonardos.
Animado com a fusão, Renato Russo faz projeções ousadas para a expansão da nova asset. “A união das duas operações abre novas perspectivas. É possível crescer cinco vezes num período de cinco a seis anos”, afirma.
A estratégia do ING, de comprar uma asset de varejo, segue a tendência apontada por especialistas do mercado que é a de que algumas administradoras de recursos do ramo institucional acabem unidas (por meio de fusão, compra ou venda) a instituições de varejo, com o objetivo de equilibrar as taxas de administração, que despencaram no mercado de investimentos institucionais nos últimos anos.
Por enquanto, a fusão das duas administradoras, como resultado da compra de 49% da Sul América pelo ING, deixou 11 demitidos, todos da área de custódia do ING. Isso ocorreu porque a custódia feita pela asset da Sul América é terceirizada e concentrada no Itaú.
O negócio – O ING e a Sul América tornaram-se sócios em 2000 quando o ING adquiriu a seguradora Aetna Internacional que, em 1997 havia comprado 49% da Sulaet (joint venture firmada com a Sul América). Já o negócio finalizado neste ano (que envolve a aquisição de 49% do grupo Sul América, com exceção do banco e da Sulacap, empresa de capitalização) vai custar ao ING US$ 160 milhões em dinheiro. O ING entrou no Brasil em 1983 como banco de atacado e em 1998 criou sua asset.