Incerteza deve atrair novos participantes | Fundo Paraná quer amp...

Edição 300

 

O Fundo Paraná, multipatrocinado do grupo J.Malucelli, está apostando que a situação de caos da previdência poderá atrair novos participantes para o ‘Mais Futuro’, plano instituído pela Associação dos Participantes do Fundo Paraná (Asfunpar) e que permite a adesão individual de qualquer segurado do INSS ou de regimes próprios de municípios, estados ou da União e de seus parentes até terceiro grau.
Segundo o presidente do Fundo Paraná, Renato Follador, “ao aderir ao plano o participante concomitantemente adere à Asfunpar, e no estatuto da associação está previsto que qualquer segurado do regime oficial de previdência tem direito de participar, e também seus parentes até terceiro grau. Enxergamos o ‘Mais Futuro’ como uma possibilidade de democratização da previdência privada fechada”, diz Follador.
Com cinco planos, sendo um patrocinado pela J.Malucelli e quatro instituídos, sendo um deles o ‘Mais Futuro’, o Fundo Paraná conta com um total de 5,2 mil participantes e aproximadamente R$ 110 milhões em patrimônio. O ‘Mais Futuro’, lançado no final de 2016, já conta com 1,3 mil participantes, número que deve chegar a 4 mil até o final do ano, prevê Follador.
No entendimento do dirigente, as discussões em torno da reforma da previdência, que ele acredita que irão permear os debates eleitorais ao longo do ano, devem contribuir para o aumento no número de adesões ao ‘Mais Futuro’. “O tema da reforma da previdência vai continuar em pauta até ser aprovada, uma vez que ela já se mostrou indubitavelmente necessária”, afirma. Segundo ele, o fundo tem conversado com várias associações de classes interessadas em aderir ao ‘Mais Futuro’.
Ele cita a Polícia Militar do Estado (PM-PR), com cerca de 50 mil membros, que já teria demonstrado interesse em aderir ao Fundo Paraná, seja por meio do ‘Mais Futuro’, ou via a instituição de um plano próprio. Procurada pela revista, a PM-PR não respondeu aos pedidos de entrevista. A Guarda Municipal de Curitiba, por sua vez, já fez a adesão. “O sindicato dos guardas municipais de Curitiba, com cerca de mil empregados, se antecipou à possível criação de um fundo de previdência complementar pela prefeitura local e já aderiu ao ‘Mais Futuro’ no ano passado”, diz Follador.

Investimentos – O Fundo Paraná oferece aos seus participantes os perfis de investimento: a rentabilidade do agressivo no ano passado foi de 18,45%; no moderado foi de 12,38%; e no conservador foi de 8,20%. A meta para o período, de INPC mais 4,5%, ficou em 6,66%. A diferença de rentabilidade entre os perfis se deve à exposição de cada um à renda variável, tendo em vista os ganhos de 26,86% entregues pelo Ibovespa no ano passado – o agressivo tem 40% em bolsa, o moderado tem 20%, e o conservador tem apenas renda fixa e empréstimos aos participantes.
“A bolsa continua sendo a principal alternativa no radar do Fundo Paraná em 2018”, afirma Follador. Ele ressalta que uma das razões para o retorno significativo dos perfis da fundação decorre da estratégia de permanente rebalanceamento das carteiras, com a venda de determinado ativo após valorização expressiva, e a compra de outros que tiveram queda relevante. “Se uma classe de ativo tem uma valorização muito expressiva em um mês, com as novas contribuições tentamos restabelecer os percentuais de cada classe; compramos na baixa e vendemos na alta”.
A gestão dos recursos da fundação é feita toda internamente. Na parte de renda fixa por meio de fundo exclusivo da J Malucelli Investimentos majoritariamente exposto às NTN-Bs com prêmio médio na casa dos 6,6% e marcadas na curva. Na renda variável, a exposição também ocorre via fundos da J Malucelli Investimentos, sendo um de dividendos e outro de small caps. O primeiro rendeu 30,1% em 2017, e o segundo, 50,4%.