Grupo Rede pode juntar fundos de suas empresas | Grupo já adotou ...

Edição 92

O grupo Rede, o maior do país em cobertura territorial de distribuição de eletricidade, analisa a fusão das três fundações patrocinadas por suas controladas, situação oriunda da compra de duas empresas estatais em recentes leilões de privatização.
Originalmente, as empresas do grupo mantinham um plano de benefício definido para seus funcionários, administrado pela Funrede. Porém, com a aquisição da Cemat (Centrais Elétricas do Mato Grosso), no final de 97, e da Celpa (Centrais Elétricas do Pará), em meados de 1998, vieram junto as fundações Previmat e Fungrapa, respectivamente. Juntas, as três entidades alcançam um patrimônio de quase R$ 230 milhões, cerca de 6 mil participantes ativos e 1 mil assistidos. “Estamos pedindo pareceres jurídicos e atuariais sobre a possibilidade de fusão. Se não houver impedimentos, vamos ter um ganho de escala bastante significativo”, diz Osmar José Vicchiatti, presidente da Funrede e responsável pelo processo.
Paralelamente, o grupo já vem implantando uma série de medidas visando a homogeneizar sua política previdenciária. Um dos primeiros passos foi criar um comitê de investimentos, com representantes dos três fundos, para unificar a estratégia de aplicação de recursos. De acordo com Vicchiatti, esse conselho traça a macro-alocação de recursos, ficando a cargo de cada entidade a implementação dos detalhes, como por exemplo a escolha de gestores. “Hoje, por exemplo, a Fungrapa trabalha com um banco com o qual a Funrede e a Previmat não aplicam”, informa.
A Fungrapa é a maior das três entidades, com R$ 118 milhões de patrimônio, daí a sua necessidade de diversificar gestores. Contudo, boa parte das decisões vem sendo tomada em conjunto. No ano passado, por exemplo, surgiu a idéia de criar um fundo exclusivo comum para alocar o recurso do trio, reduzindo assim custos e taxas. Para os próximos meses, está sendo estudada a abertura de um outro fundo nos mesmos moldes.
Outra mudança conjunta foi a transformação dos planos, todos de benefício definido, no modelo de contribuição definida, iniciada em 99. O novo plano, bem mais modesto que o BD, obteve alto nível de adesão nas três entidades. Nele, a patrocinadora contribui com apenas 10% do valor aportado pelo participante. Contudo, ela banca sozinha os benefícios de risco (pensão por morte, invalidez e pecúlio). As vantagens para o participante são a flexibilidade nas alíquotas de contribuição – pode escolher entre 1,5% e 20% do salário, o resgate imediato de toda a reserva em caso de desligamento da empresa e o resgate de 25% da reserva à vista no momento da aposentadoria. Esse último item motivou a migração em peso dos aposentados, para os quais também foi aberta a possibilidade de levar esse percentual de sua poupança previdenciária. “Ajudou muito o fato das três fundações estarem atuarialmente equilibradas”, complementa.
Paralelamente à adequação do plano, foram revisados os estatutos dos três fundos, também para deixá-los preparados para uma provável fusão. Atualmente, as fundações trabalham na elaboração de um site único para oferecer serviços aos seus participantes.