Edição 023
O fundo de pensão da International Paper, com um patrimônio estimado de R$ 4 bilhões, está reduzindo suas posições em ações de primeira linha para investir mais em papéis de menor porte e do mercado internacional. A reestruturação da carteira desse fundo norte-americano é resultado de um estudo de alocação de ativos do J. P. Morgan Investment Management, encomendado por Robert Hunkeler assim que assumiu a vice-presidência do fundo, em janeiro desse ano.
Esse estudo ajudou a fundação da IP a construir um portfólio mais eficiente, com retornos mais altos e taxas de risco menores, conta reportagem da Pension & Investments. A estratégia global do fundo foi diminuir e otimizar os investimentos no mercado americano como um todo, para abrir novas fontes de lucro no exterior. No total, o fundo mais que duplicou sua carteira de ações e bônus estrangeiros.
Com esse objetivo, o portfólio de ações nacionais, que representava 57% de seus ativos, concentrados na primeira linha, foi reduzida para 39%, que foram distribuídos da seguinte maneira: 27% na primeira linha, 7% em papéis de pequenas empresas (small caps) e 5% em médias empresas (mid caps).
Para administrar a carteira de small caps foram contratados seis administradores especializados nesse mercado. São eles: Artisan Partners e do Arbor Capital, Kestrel Investment Management Corp., Shapiro Capital Management Co., Rosenberg Institutional Equity Management e Barclays Global Investors.
Já as midcaps terão apenas dois administradores, o Cramer Rosenthal McGlynn e o Provident Investment Counsel, que já trabalhavam com o fundo da International Paper. Esse último vai gerir também parte da carteira de small caps. “Nós vimos que eles eram bons em small e midcaps e realinhamos o portfólio deles”, comenta Hunkeler.
Com o que sobrou de suas antigas aplicações nas bolsas americanas, o fundo da IP alavancou sua carteira de ações do mercado internacional, que saltou de 8% para 23% dos seus ativos – dos quais 5% estão em mercados emergentes.
Para gerir esses recursos, da ordem de US$ 433 milhões, a fundação pretende contratar dois gestores – um para mercados emergentes e outro para os de países desenvolvidos.
Mas, por enquanto, o dinheiro está nas mãos do Barclays Global, que já administra para a fundação dois fundos do Morgan Stanley Capital International Europe Australasia Far East Index. Antes, esses dois fundos somavam US$ 27 milhões. Também o portfólio de bônus estrangeiros do fundo de pensão da IP foi engordado com a realocação de recursos, e passou a representar 7% de seus ativos, contra 4%, enquanto o de bônus dos EUA caiu de 31% para 21%.
Os gestores desses papéis foram mantidos, já que sua performance tem estado “no ponto certo”, afirma Hunkeler. “Já estamos bastante agressivos”, complementa. O Pacific Investment Management divide a gestão dos bônus locais com JP Morgan, que também cuida dos internacionais, junto com Brinson Partners Inc., Cursitor-Eaton Asset Management Co..
O vice presidente do fundo da IP, entretanto, não quis fazer muitos comentários sobre seus administradores de ações de primeira linha à repórter do Pension & Investments. Mas, segundo um guia de grandes fundações elaborado pela jornal, eles eram cinco: Avatar Associates; Sanford C. Bernstein & Co. Inc.; Geewax Terker & Co.; Miller Anderson & Sherrerd L.P.; e Pacific Investment Management Co. Hunkeler limitou-se a dizer que serão mantidos os que obtiveram os níveis de performance desejados.
Ele também não quis precisar quais as taxas de risco/retorno que a fundação está assumindo em suas operações. Apenas explicou que, para determinar os novos níveis de risco, foram levados em consideração as taxas anteriores assumidas pela entidade, a média de alocação de ativos de grandes fundos de pensão, a taxa de risco/retorno anterior e o breakdown de todos os ativos “investíveis” no mundo todo.
Além de encomendar esse estudo do JP Morgan, a fundação contratou a Rogers Casey & Associates para assessora-la na contratação de gestores de recursos. A consultoria também está buscando quem administre os 10% que sobraram na realocação dos ativos da fundação, que serão aplicados em imóveis e outras alternativas atraentes de investimento.