Fundações intermediam vendas a participantes | Petros e Fundação ...

Edição 99

De olho no potencial de consumo representado por um contingente de milhares de participantes, algumas fundações começam a ensaiar alguns passos na área de venda de bens de consumo e produtos financeiros. É o caso da Petros e da Fundação Basf, que já intermediam a venda de vários produtos aos participantes.
A estréia da Petros como intermediária de negócios ocorreu em outubro do ano passado, quando o governo permitiu a utilização dos recursos do FGTS para a compra das ações da Petrobrás que ia privatizar. Na época, a fundação realizou processo de seleção que resultou na escolha do Alfa para montar um fundo de privatização que acolhesse os recursos do FGTS dos participantes. Cerca de 2.500 participantes da fundação investiram no fundo do Alfa.
Dois meses depois entrou no negócio de venda de microcomputadores. No intuito de ampliar seu contato via internet com os assistidos, a Petros abriu licitação para escolher uma empresa fornecedora de microcomputadores com acesso à internet. O processo de seleção, que levou em conta fatores como preço e outras possíveis vantagens competitivas, contou com a participação de outras oito empresas e resultou na escolha da Itautec.
Equipados com sistema multimídia e oferecendo um ano de acesso grátis à Internet através do provedor America Online, os equipamentos da Itautec devem transformar os participantes da fundação em público cativo do seu portal de vendas, ou e-business. “Percebemos que o fundo não se resume aos 90 mil participantes ativos e inativos, e que cada um deles tem sua família. Lidamos com cerca de 300 mil ‘clientes’ em potencial e decidimos criar um canal além daquele firmado pelo fundo”, diz Carlos Flory, presidente da Petros.
A fundação, que não obtém ganho financeiro nas negociações, mantém uma estrutura própria de marketing para atender os participantes durante o processo de escolha do produto até a entrega do computador. Desde a implantação do esquema de distribuição até agora, foram vendidos cerca de 1.500 computadores.
O projeto de distribuição de seguros e produtos financeiros está temporariamente paralisado devido ao processo de migração de planos da Petros. “Preferimos esperar o término do processo de transição do nosso plano de Benefício Definido (BD) para o de Contribuição Definida (CD), o que deve acontecer até meados do próximo semestre, para continuar com o projeto”, comenta Flory. A fundação pretende selecionar seguradoras para distribuir diversos tipos de seguros para seus participantes.

BASF – Seguros também foi o mercado escolhido pela fundação Basf para atender seus 5 mil participantes ativos e aposentados. Desde 1987, ano da criação do fundo de pensão, os participantes ativos são segurados pela companhia ISO, controlada pelo Grupo Basf. Agora, buscando ampliar seus serviços, a fundação passou a comercializar os seguros junto aos 160 aposentados do grupo.
O seguro cobria apenas os participantes ativos, que ao se aposentarem perdiam direito a ele. “O pedido para estender a oferta dos seguros aos inativos foi feito em março pela associação dos funcionários aposentados. Agora, os aposentados têm acesso aos mesmos seguros, nas mesmas condições financeiras dadas aos funcionários da ativa”, conta Anita Viviane, responsável pela área de previdência da fundação. Segundo ela, os assistidos têm acesso a seguros com preços até 30% menores que os cobrados pelo mercado.