Edição 254
A Fundação Copel está reestruturando sua carteira de renda variável. A ideia é reduzir a carteira interna, avaliada atualmente em R$ 240 milhões, e abrir quatro novos fundos exclusivos de renda variável. Será realizado um processo de seleção de gestores para os novos fundos, que deverão ter cerca de R$ 40 milhões cada. Os novos fundos seguirão estratégias descorrelacionadas dos índices tradicionais de bolsa (Ibovespa ou IBr-X). “Vamos selecionar gestores para estratégias de dividendos, small caps, valor e ativismo. Queremos reduzir a carteira interna, que tem uma gestão atrelada aos principais índices de bolsa”, diz José Carlos Lakoski, diretor financeiro da Fundação Copel, patrocinado pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica.
Além da migração de parte da carteira interna, o fundo de pensão pretende aumentar gradativamente a exposição à renda variável. Atualmente, cerca de 18% do patrimônio do plano de contribuição variável (Plano 3) está alocado em renda variável. A meta é chegar a 23% ao longo do próximo ano. “Vemos a necessidade de carregar aplicações com maior risco no plano de contribuição variável, para buscar melhores retornos”, explica Lakoski. O plano de contribuição variável tem atualmente cerca de R$ 2,3 bilhões de patrimônio. Já o plano de benefício definido (Plano 2) tem $ 4,4 bilhões. No caso do BD não se pretende realizar grandes alterações na gestão, pois se trata de um plano fechado que está “casado” com títulos públicos de longo prazo.
Já no plano CV, a fundação busca melhorar a rentabilidade das carteiras. Além das mudanças na renda variável, a equipe de investimentos têm ampliado a alocação em fundos de participações. “Queremos chegar a 4,5% em investimentos estruturados. A preferência é pelos fundos de participações de infraestrutura e consumo”, diz Lakoski. Em 2013 foram selecionados três novos FIPs para a carteira da fundação, que representam cerca de 2,25% do patrimônio do plano CV. Para chegar ao limite definido, devem ser selecionados outros fundos ao longo do próximo ano.
Exclusivos – A equipe de investimentos da Fundação Copel tem demonstrado preferência pela criação de fundos exclusivos ao invés de aplicar os recursos em produtos condominiais de renda variável. A opção se deve à necessidade de manutenção de um benefício tributário garantido através de decisão judicial. O problema da aplicação em fundos abertos é a exigência de conter nos regulamentos a vedação à ativos estrangeiros, do tipo BDRs. “Sei que estamos na contramão do mercado, que tem preferido os fundos abertos, mas os exclusivos são mais adequados para o nosso caso”, diz Lakoski.
A opção pelos fundos abertos, porém, não é totalmente descartada. Tanto é que a fundação realizou recentemente aplicações em quatro fundos condominiais dos seguintes gestores: Vinci Partners, Victoire Brasil, Jardim Botânico (JBI) e BBM Investimentos. As aplicações somam cerca de R$ 50 milhões. O fundo de pensão tem ainda outros três fundos exclusivos de renda variável, com gestão da SulAmérica, da Quest e da Bram (Bradesco Asset Management). O fundo que está sob responsabilidade da Bram mudou recentemente a estratégia, saindo do benchmark IBrX, para adotar um mandato baseado em ações de dividendos.
Uma novidade estudada pela fundação é a adoção do sistema de ciclo de vida ou de escolha de perfil de investimentos pelos participantes. “A escolha do perfil é uma mudança que pretendemos estudar no ano que vem, para implantar em 2015”, diz Lakoski, que assumiu o cargo há cerca de seis meses, junto com o novo presidente da entidade, Antônio Sérgio de Souza Guetter.