Fuad assume mandato na Anapp | Prioridade do novo presidente da e...

Edição 84

Para o novo presidente da Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp), Fuad Noman, uma das prioridades nos próximos três anos de mandato é influenciar na preparação da nova legislação que está sendo preparada pelos órgãos reguladores. Noman, economista de formação e presidente da empresa de previdência do Banco do Brasil, a Brasilprev, assumiu o comando da associação em substituição a Luiz Carlos Trabuco Cappi, que estava à frente da Anapp há 6 anos, tendo tido dois mandatos consecutivos. A eleição da entidade, que teve chapa única encabeçada por Noman, foi realizada em 22 de agosto passado.
O novo presidente assume o comando da associação com o desafio de influenciar nos projetos de lei que estão tramitando e devem estabelecer as novas regras da previdência complementar. Enquanto o Executivo discute a criação da Agência Nacional de Previdência Complementar, a Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep) prepara mudanças nas regras para cálculo dos excedentes financeiros dos planos tradicionais. “A Anapp hoje é uma entidade totalmente consolidada, com condições de acompanhar e influenciar na elaboração das novas regras da previdência no país”, ressalta Noman. Ele aponta que o principal canal de negociação tem sido através da própria Susep, com quem a Anapp vem mantendo um “relacionamento exemplar”.
A Anapp quer garantir que a nova legislação mantenha o crescimento do setor. No primeiro semestre deste ano, as receitas totais de planos previdenciários atingiram a marca de R$ 2,3 bilhões, o que representa um crescimento de 54% em relação à igual período do ano anterior. Com isso, as reservas saltaram de R$ 12,3 bilhões registrados no final de 1999 para R$ 14,5 bilhões do fechamento de junho passado, apesar dos resultados das aplicações terem sofrido com a queda das taxas de juros desse ano. “Temos registrado crescimento acelerado das receitas nos últimos cinco anos e o ritmo deve continuar forte pelos próximos cinco anos”, prevê Noman.
Segundo ele, a base de clientes das empresas de previdência ainda não atingiu nem a metade de seu potencial imediato. O executivo calcula que há um público de cerca de 13 milhões de trabalhadores não cobertos pela Previdência Social e que deveriam ter um plano de aposentadoria complementar. Como as empresas abertas e as entidades fechadas atingem atualmente um contingente de 5 milhões de participantes, restariam outros 8 milhões que deveriam aderir a previdência privada nos próximos anos. “Mais de 60% do mercado consumidor de previdência privada ainda não foi atingido”, ressalta Noman.

Hora dos empresariais – Assim como ocorreu com o setor de planos de saúde, o executivo acredita que a expansão da previdência aberta deve ser alavancada daqui em diante pela criação de planos empresariais. “Nos planos de saúde, primeiro entraram as pessoas física e depois as empresas. Na previdência aberta está ocorrendo o mesmo”, comenta.
Quanto aos tipos de planos que devem ganhar espaço no mercado de previdência aberta, Noman prevê que haverá espaço tanto para os novos PGBLs como para os tradicionais que oferecem garantia mínima de rentabilidade. “Os PGBLs estão vendendo mais neste momento porque algumas empresas e seguradoras decidiram tirar os planos tradicionais de comercialização. Mas, quem continua vendendo o plano tradicional, sabe que este produto continua tendo boa aceitação”, explica.
O executivo continua acreditando no apelo dos planos tradicionais. A empresa de previdência do BB foi uma das últimas a lançar o PGBL, no primeiro semestre deste ano, mas não retirou os planos com garantia mínima da prateleira. Além disso, a empresa resolveu inovar ao permitir a migração tanto dos planos tradicionais para PGBL como vice-versa. Em geral, as empresas ou seguradoras que criam o PGBL fecham a entrada nos planos com garantia mínima.

Ranking – À frente da Brasilprev desde maio de 1996, Noman foi o responsável pela escalada da empresa no mercado de previdência aberta nos últimos anos. Partindo com uma modesta carteira de R$ 182 milhões, a empresa começou a registrar crescimento acima da média do mercado nos anos seguintes, o que culminou com a conquista da segunda posição no ranking do segmento. Na primeira posição segue imbatível a Bradesco Previdência, que detém mais da metade de toda a carteira de investimentos do mercado.
A carteira da Bradesco Previdência atingiu em junho passado a marca de R$ 7,9 bilhões e as receitas do primeiro semestre do ano ficaram em R$ 1,1 bilhão. A Brasilprev ficou na segunda posição, com uma carteira de R$ 1,4 bilhão e receitas de R$ 286 milhões. Em seguida vem a Unibanco AIG, Sasse e Itauprev. Um pouco abaixo, mas com crescimento expressivo nos últimos meses, vêm a Icatu Hartford e a Real Seguros.

Nova diretoria da Anapp
Presidente: Fuad Noman
Vice-presidentes: Antônio Lopes Cristóvão (Bradesco Previdência); Wagner Nannetti Dias (Capemi)
Diretores: Carlos Trindade (Icatu Hartford); Carlos Ximenes de Melo (Unibanco AIG); Luiz Lucena (Sul América Aetna); Luiz Ernesto Both (Aplub); Milton Machado (Aspecir); Omar Lima Dias (Gboex); Oriovaldo Lima (Previmil); Osvaldo do Nascimento (Itauprev); Antônio Lima Severo (Sabemi); Cláudio Pacheco (Amal); Francisco Alves de Souza (Comprev); João Alberto Weber (HSBC); Luiz Carlos Maia (RSPP); Paulo de Oliveira Medeiros (Caixa Seguros); Sérgio Timm (Vera Cruz); e Valter Hime (Real Seguros).