Fibra em fase de renovação | Prestes a mudar de sede, entidade pr...

Edição 331

A Fibra, fundo de pensão de Itaipu Binacional, se prepara para uma série de mudanças e novidades no próximo ano. A mais significativa será a transferência da sua sede de Curitiba para Foz de Iguaçu (PR), seguindo o mesmo trajeto percorrido pela sua patrocinadora, que no início do ano encerrou as atividades do escritório na capital do Estado e instalou todo o seu pessoal em Foz de Iguaçu.
“De nossos 33 funcionários, 12 já estão em Foz do Iguaçu, eu inclusive. Os demais virão no começo de janeiro”, explica o diretor de investimentos da fundação, Flúvio Ricardo Nascimento, que já busca formas de rentabilizar o imóvel em Curitiba, de propriedade da entidade. “Já iniciamos contatos com consultorias para definir o que faremos com o edifício-sede. É um ativo valioso, com 12 andares, no centro da cidade, que poderá ser locado ou vendido.”
No novo endereço, a fundação ficará a apenas 600 metros de distância do Centro Executivo de sua patrocinadora e a cerca de 13,5 quilômetros do maior ativo da empresa, a Usina Hidrelétrica de Itaipu. “Mais de 70% dos participantes ativos e assistidos da Fibra residem em Foz do Iguaçu. A maior proximidade física do nosso público abrirá, sem dúvida, oportunidades valiosas de crescimento”, observa Nascimento.
Uma dessas oportunidades é o lançamento, em janeiro, do Plano Família Itaipu Setorial, cujo regulamento foi sancionado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) em outubro. O produto, que terá como instituidora a Abrapp, começou a ser desenvolvido em 2019 e será voltado, de início, aos parentes em até terceiro grau de participantes e assistidos.
“A meta é obter de 1,3 mil a 1,8 mil adesões até o fim de 2021. Estamos reforçando a área de atendimento para oferecer o novo plano aos participantes”, diz Nascimento. “A médio prazo, pretendemos colocar o Família Itaipu Setorial ao alcance dos cerca de 2 mil funcionários de outras duas fundações criadas por Itaipu Binacional, a Saúde Itaiguapy e o Parque Tecnológico de Itaipu.”
Também para o próximo ano, a Fibra aguarda o sinal verde da sua patrocinadora para implementar uma iniciativa que está em análise desde a primeira metade da década: fazer o saldamento do Plano de Benefício Definido (BD) e constituir um Plano de Contribuição Definida (CD) que incluirá trabalhadores dos dois lados de Itaipu Binacional, os brasileiros ligados à Fibra e os paraguaios ligados à Caja de Jubilaciones de Itaipu, a Cajubi.
A primeira etapa desse projeto, validando os estudos encomendados a uma consultoria externa, foi aprovada em agosto último. Agora, a diretoria se prepara para analisar modelos de planos, tarefa na qual contará com o suporte da Fibra e da Cajubi, cujos ativos somavam, em dezembro de 2019, o equivalente a R 1,57 bilhão (excluídos os recursos do BD). Nascimento espera que o CD possa ser lançado em 2021.
Funcionário de carreira da patrocinadora, na qual ingressou em 2008, o executivo vem dando continuidade aos ganhos alcançados pela casa ao longo dos últimos anos. A fundação superou a meta atuarial do BD nos últimos quatro anos, com retornos numa faixa entre 9,82% e 14,68%.
A fundação apresenta valorização de 5,54% de sua carteira de investimentos no acumulado do ano, até outubro. Contados a partir de abril, ou seja, excluindo a pior fase da pandemia, o resultado acumulado é de 6,67%.
“Uma das razões desses bons desempenhos são as constantes revisões dos estudos de ALMs”, diz Nascimento. “A cada três meses, nos reunimos com a nossa consultoria para analisar a carteira e identificar necessidades de eventuais ajustes.”
Com recursos totais de R 4 bilhões, Fibra aplica cerca de 80% em renda fixa, a maior parte em títulos públicos marcados a mercado e com taxas superiores às da meta atuarial. Para aumentar os retornos, a entidade abriu mais espaço, nos últimos meses, para a gestão ativa em renda variável, que detém uma fatia de 7,7% dos ativos totais, e em multimercados.
Multimercados e renda variável tendem a aumentar a sua participação no bolo, assim como os fundos de investimentos no exterior, que proporcionaram retorno de 33,74% entre janeiro e outubro. “Nossas aplicações no exterior tiveram início em 2013 e hoje respondem por 2,3% da carteira do BD”, comenta Nascimento. “Pretendemos chegar a 3% nos próximos meses e estamos iniciar os aportes em dois novos fundos, elevando para quatro o total de opções no segmento.”