Edição 303
Sob o comando de André Bolonha, a EnergisaPrev está absorvendo os 15 planos das empresas de distribuição de energia pertencentes ao grupo Rede, que a Energisa comprou em 2014. A expectativa é que, até meados de 2019, todos os planos da antiga RedePrev estejam sob administração da EnergisaPrev, o que deve elevar o patrimônio da entidade dos atuais R$ 540 milhões para R$ 1,2 bilhão, e o número de participantes de 5,8 mil para 9 mil.
De acordo com Bolonha, são três planos de contribuição variável (CV), nove de benefício definido (BD) e três de contribuição definida (CD) incorporados à entidade no total, além do próprio plano da Energisa, também CD, criado para os novos funcionários do grupo. “A Energisa passou a ter uma estrutura de seis fundos de pensão, com riscos de diversas naturezas, e implementou uma política única de previdência a partir de uma entidade”, diz Bolonha. “Entendemos que a melhor alternativa para ter uma sinergia e ganho de escala seria trazer todos os planos para administração de um único fundo de pensão”, completa.
O processo, desde a criação da EnergisaPrev até a absorção dos planos do antigo Grupo Rede, começou em 2016. Até o momento, já foram absorvidas a RedePrev, Enersul e Funasa, além da transferência de gestão de um plano que era gerido pela BB Previdência. O processo de incorporação total dessas entidades deve terminar em agosto, e até meados de 2019 os planos da Inergus e da Multibra devem ser transferidos para a entidade. “Temos que lidar com uma questão de musculatura, então estamos absorvendo os planos aos poucos”, destaca Bolonha.
A orientação é que, assim que a transferência dos planos for finalizada, eles comecem a ser operacionalizados dentro da estrutura da EnergisaPrev. “Tudo que fazemos aqui terá que comportar esses planos, então precisamos de musculatura”, diz a diretora financeira da fundação, Daniele Oliveira. Segundo ela, o quadro de profissionais atual já é suficiente para absorver esses novos planos, mas além deles também os empregados das entidades incorporadas farão parte da estrutura da EnergisaPrev. “Eles vão continuar em suas sedes, como escritórios de representação da entidade. Hoje temos um escritório Palmas (TO), um Cataguazes (MG) e outro em Cuiabá (MT)”, reitera Daniele.
Novos gestores – A política de investimentos dos planos será mantida até o início de 2019. “Temos hoje uma segregação, com uma política e um estudo de ALM para cada plano. Vamos manter esse desenho até que todas as fundações sejam incorporadas”, destaca Daniele. Para o plano Energisa, aprovado em maio do ano passado, a política tem sido mais conservadora, até pelo fato do plano estar em fase inicial de acumulação de recursos. “Ainda assim, já iniciamos aplicações em fundos estruturados e exterior, e estamos terminando um processo de seleção de gestores para renda variável”, destaca a diretora financeira da EnergisaPrev. Ainda não há a definição de quantos gestores serão selecionados.
A EnergisaPrev possui grande parte de seus recursos sob gestão proprietária, principalmente títulos públicos, explica Daniele. “Para a outra parte da estratégia, temos gestores terceirizados para uma alocação mais estruturada, com diversificação e risco diferenciado. Já selecionamos Garde, SPX, Bahia Asset, Adam e Pimco, sendo essa última para o nosso fundo de investimentos no exterior”, diz a diretora financeira da EnergisaPrev. Como a alocação é recente, a entidade não tem a intenção de fazer novas movimentações. “Pretendemos mexer apenas em renda variável, e estamos perto de uma fase de conclusão sobre a estratégia desse segmento”, complementa.