Edição 105
A Caixa Econômica Federal realizou, durante a segunda quinzena de setembro, encontros com investidores institucionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para discutir a o lançamento de sua nova modalidade de título, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Esse título, dirigido ao mercado de investidores institucionais, será negociado por meio de leilões eletrônicos na Cetip – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos. O primeiro leilão está marcado para acontecer no dia 1º de outubro.
Para o superintendente de finanças da Caixa, Wilson Risolia, o leilão deve ser um sucesso, pelas características do novo título. Diferentemente das Letras Hipotecárias (LH), os LCI possuem prazo menor (mínimo de 36 meses contra os 60 meses das LHs) e indexação por diferentes índices de preços (IGP-M, INPC, IGP-DI).
Apesar de apostar no sucesso do novo produto, Risolia avalia que a norma do Banco Central que obriga os fundos de pensão a marcar a mercado todos os papéis contidos em suas carteiras, registrando a variação diárias dos preços, prejudica a demanda por papéis desse tipo. Segundo ele, os fundos de pensão deveriam ser desobrigados de seguir essa norma quando comprassem títulos de longo prazo para hedge de suas carteiras.
O Banco Central está estudando a mudança da norma, criando uma exceção no caso dos fundos de pensão, desde que os papéis sejam comprovadamente para hedge, ou seja, garantidores de seus passivos atuariais (ver matéria sobre o tema à página 15).
“É fundamental que haja uma adequação da norma ao caso dos fundos de pensão”, analisa Risolia. Papéis como os LH e LCI da Caixa são tipicamente para hedge de carteiras, permitindo às fundações realizar o casamento entre seus ativos e os passivos
previdenciários.