Elos amplia alocação em fundos de ações | Liquidação de fundo exc...

A Elos, fundo de pensão dos funcionários da Eletrosul e Engie Brasil, vem cautelosamente adicionando renda variável em seu portfólio. No ano passado a fundação aumentou o portfólio consolidado em 2,34 pontos percentuais, para 10,22% de renda variável, e neste ano já aplicou mais R$ 50 milhões nessa estratégia.
“Liquidamos um fundo exclusivo no ao passado, o FIC FIA Brava, que havia sido criado oito anos antes e não vinha apresentando resultados satisfatórios. Distribuímos os R$ 200 milhões desse fundo entre fundos de renda variável com os quais já operávamos e alguns novos”, conta o diretor financeiro e administrativo Rafael Judar Vicchini.
O total de fundos de renda variável com aplicações da Elus saltou de oito para 11, sendo cinco “veteranos”, pilotados por SulAmérica, Quest, Atmos, Neo e Oceana, aos quais se somaram os novos da Leblon, Moat Capital, Vinci, Constância, Bradesco Asset e um segundo da Oceana. Os ajustes garantiram aos dois maiores planos da Elos, o BD Elos/Eletrosul e o CD Eletrosul, que juntos representam um patrimônio de R$ 2,3 bilhões, ganhos ao redor de 43% em 2019. “A reestruturação do time de gestores de ações foi muito bem-sucedida. A rentabilidade do ano passado superou em quase 30 pontos percentuais os retornos apurados em 2018”, destaca Vicchini.

A partir de janeiro deste ano, a entidade já injetou cerca de R$ 50 milhões nos 11 fundos de ações com os quais trabalha. “Nossos gestores, claro, têm estratégias e preferências bem diversificadas. Notamos, contudo, que vários demonstram especial interesse nos setores de energia elétrica e de consumo, com destaques para Magazine Luiza e Via Varejo”, diz Vicchini.
Os aportes deste ano garantiram um crescimento de 1,5 ponto percentual na carteira de renda variável, para cerca de 12% do patrimônio total. Apesar das perdas sofridas em março, da ordem de 5%, a entidade está decidida a intensificar suas apostas no segmento de ações. “Estamos elaborando propostas de elevação dos limites de aplicações em ações nas políticas de investimentos, que serão apresentadas ao conselho deliberativo”, comenta o executivo.
Os ajustes contemplarão os três planos da casa, que em dezembro último contabilizavam um patrimônio líquido de R$ 3,45 bilhões. O Plano BD Elos/Engie, que até meados do segundo semestre de 2019 não aplicava em ações e hoje tem 5% de seus recursos nessa estratégia, deverá ter seu limite elevado para 15%, nivelando-se assim ao BD-Elos/Eletrosul, o maior da entidade. Em relação ao CD Eletrosul, hoje com 16% alocado em renda variável, a intenção é elevar o limite de 18% para 20%. “Para realizar novos aportes na bolsa teremos que resgatar de fundos de alta liquidez, que representam cerca de 10% do patrimônio”, diz Vicchini.
A estratégia de diversificação da Elos teve que recuar em relação aos investimentos no exterior, que estavam no horizonte. A entidade planejava fazer um processo de seleção de gestores de fundos globais para uma carteira de cerca de R$ 50 milhões, ainda neste primeiro semestre. “Com a crise nos mercados, causada pelo novo coronavírus, decidimos centrar nossas atenções para boas oportunidades no plano doméstico, em renda variável e em títulos de renda fixa”, assinala Vicchini. A recente alta do dólar, inclusive, vai ser levada em conta. “Teremos, talvez, de repensar o método de abordagem do mercado externo, para trabalhar fundos com mecanismos de hedge.”
Na área de renda fixa, a fundação vem alocando recursos em Depósitos a Prazo com Garantias Especiais (DPGEs). São títulos de instituições financeiras de menor porte com chancela do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “Neste ano, aplicamos R$ 20 milhões em DPGEs de bancos sólidos, com rendimentos na casa de 5% ao ano além da variação do IPCA”, diz Vicchini.