Eletros obtém superávit de R$ 30 milhões

Edição 91

Uma operação de hedge da carteira de renda variável da Eletros (Eletrobrás) foi o principal motivo que garantiu o superávit de R$ 30 milhões no fechamento de 2000 para a fundação. A operação, pouco comum entre fundos de pensão, foi feita em janeiro do ano passado e baseava-se em ações de compra de índice Ibovespa (conhecidas como calls) que a entidade havia adquirido de bancos estrangeiros.
As opções venciam em 17 de janeiro último, porém a fundação não as carregou até o vencimento, preferindo vendê-las em leilões na Bovespa, que foram realizados entre o final de novembro e o início de dezembro de 2000. “Sabíamos que era muito provável que o Ibovespa subiria no começo de 2001, como de fato aconteceu. Por isso, analisamos a relação risco/retorno e percebemos que era melhor vender as opções do que levá-las a vencimento”, explica o gerente de risco da entidade, Jair Ribeiro. Esses papéis protegiam a carteira da Eletros para quedas do Ibovespa abaixo de 17.500 pontos, e na época em que foram vendidas o índice apresentava uma média de 14.040 pontos.
Em meados de janeiro, o superávit da Eletros alcançou R$ 50 milhões. “Se não tivéssemos feito a venda das opções, esse valor seria menor porque agora, com a subida do Ibovespa, a opção não acrescentaria nada à carteira. Portanto, estaríamos apenas recuperando o superávit que teria sido perdido na época em que o índice estava em queda”, explica. Ribeiro acrescenta que o incremento do superávit foi obtido com fortes compras de ações feitas ao longo das baixas do Ibovespa em 2000. Hoje, a entidade tem cerca de 25% de seu patrimônio aplicado em renda variável.