Dreyfus lança PGBL em parceria com Vera Cruz | Seguradoras contin...

Edição 82

As parcerias entre as empresas de previdência aberta e os gestores de recursos para o lançamento e distribuição de PGBLs estão se multiplicando. Depois do pioneirismo da Icatu Hartford, que se associou à UBS, Fibra e Mercatto (ler matéria na edição n° 80), agora é a vez da Vera Cruz trilhar pelo mesmo caminho. O parceiro escolhido foi a Dreyfus Brascan, com quem a seguradora se uniu para lançar novos PGBLs.
A novidade do lançamento é que a Dreyfus pretende focar a comercialização do produto entre funcionários de empresas que possuem fundos de pensão fechados. “Estamos oferecendo o PGBL como um plano suplementar para participantes de fundações”, revela Roberto Pitta, diretor comercial da Dreyfus Brascan. Ele explica que os participantes de fundos fechados são pessoas que já possuem uma cultura previdenciária e, por isso, apresentam maior aptidão para adquirir planos de previdência privada.
O gestor já começou a visitar as empresas e fundações que fazem parte da sua carteira de clientes para oferecer o PGBL. “Esperamos boa aceitação do produto entre o público de fundações em virtude do diferimento do imposto”, prevê Pitta. Geralmente, o plano fechado não atinge o limite de 12% de diferimento da renda permitido para contribuições para a previdência privada. Desta forma, os participantes teriam margem para contribuir para mais um plano suplementar.
O vice-presidente da Vera Cruz Vida e Previdência, Antônio Cássio dos Santos, ressalta que a principal vantagem do PGBL em comparação a um plano fechado é a flexibilidade no resgate das reservas. “O cliente aproveita o diferimento tributário e pode sacar a reserva depois de pouco tempo de carência”, diz. Outra vantagem do PGBL é a possibilidade de escolha do perfil dos investimentos das reservas. As empresas estão disponibilizando, a princípio, dois tipos de PGBLs, um moderado e outro composto. O Mellon Vera Cruz Moderado aplica 100% dos recursos em renda fixa – metade em títulos públicos e metade em papéis privados. O Mellon Vera Cruz Composto pode chegar a até 49% dos ativos em renda variável, ficando o restante aplicado em renda fixa.

Sinergia – A Vera Cruz está procurando novos canais de distribuição para seus produtos. Como a seguradora não está ligada a nenhuma instituição financeira com rede de agências, a saída para ampliar a comercialização de seus planos de previdência são parcerias do tipo que fez com a Dreyfus. “A aliança com a Dreyfus visa enfrentar a concorrência com as empresas de previdência ligadas aos grandes bancos”, diz Antônio Cássio dos Santos. Ele admite que a seguradora está conversando com outras assets management no sentido de fechar novas parcerias.
Outra via que está sendo seguida pela Vera Cruz para ampliar os canais de comercialização é a parceria com entidades profissionais. Exemplo disso é o acordo que a seguradora fechou com a Associação Paulista de Administradoras de Recursos Humanos (Aparh), para oferecer duas modalidades de PGBL. O plano Maxi possui 100% dos ativos em renda fixa enquanto o Invest aplica até 20% dos recursos em renda variável. O acordo com a Aparh abre uma frente comercial para a Vera Cruz de aproximadamente 4.500 empresas associadas à entidade. Além disso, a seguradora mantém uma parceria com o BBVA há cerca de um ano para a distribuição de planos tradicionais de previdência.
A contrapartida para o banco ou gestor de recursos que não possui seguradora ou empresa de previdência ligada ao grupo é evidente. “Com a parceria, pudemos oferecer o PGBL para nossa base de clientes, o que era impossível sem uma empresa de previdência”, diz Roberto Pitta. Ele explica que, depois de mais de seis meses de pesquisas e negociações, a Dreyfus decidiu fechar acordo com a Vera Cruz devido à qualidade e tradição da seguradora.
O vice-presidente da Vera Cruz também acredita ter feito a escolha certa porque a Dreyfus Brascan é ligada ao grupo Mellon, que é uma das instituições mais fortes em planos 401 (K) nos Estados Unidos – que é um plano similar ao PGBL brasileiro.