Edição 159
Pesquisa constata que quanto maior o aporte do patrocinador nos planos de contribuição definida, maior é o interesse dos trabalhadores em participar
Uma pesquisa elaborada pela Employee Benefit Research Institute (EBRI) e pelo Matthew Greenwald & Associates confirma o que os empregadores suspeitavam: o dinheiro é o mais poderoso incentivo para motivar os trabalhadores a participarem de planos de previdência de Contribuição Definida (CD). As duas organizações norte-americanas entrevistaram 252 aposentados e 1.011 trabalhadores em Washington. Destes últimos, só a metade estava apta a participar dos planos de aposentadoria patrocinados pelos empregadores – resultado quase igual ao da média do país.
A pesquisa mostrou que 72% dos trabalhadores que não estão contribuindo para o plano de aposentadoria patrocinado pela empresa em que trabalham disseram que mudariam de idéia, caso o empregador contribuísse com mais do que 5% do pagamento deles. Quando a contribuição da empresa cai para 3%, porém, a pesquisa constatou que o incentivo para os empregados aderirem ao plano também retrai. Somente 51% dos trabalhadores que não participam do plano de previdência de suas empresas disseram que colocariam o próprio dinheiro com 3% de contribuição.
De acordo com a pesquisadora associada do Matthew Greenwald, Elisabeth Christie, 18% dos pesquisados aptos a participar de planos de previdência não o fazem. “A sondagem documenta pela primeira vez o que os não-participantes estão dizendo com ênfase: precisamos dessa ajuda (maior aporte)”, diz o presidente da EBRI, Dallas L. Salisbury. Mas a pesquisa também apontou que, para alguns trabalhadores, a inação pesa mais do que a recompensa, uma vez que 13% daqueles que não participam atualmente disseram que seus empregadores aportam 5% de pagamento, enquanto 14% disseram que os empregadores aportam 3% de pagamento.
Legislação – Os resultados da pesquisa foram divulgados após os reguladores terem declarado que os empregadores estão totalmente dentro da Lei se, automaticamente, listarem seus empregados em planos de previdência. Na mesma pesquisa, dois terços dos que não contribuem disseram que as opções do ciclo de vida de investimento – que automaticamente muda o dinheiro de previdência para investimentos mais conservadores quando os participantes estão perto da aposentadoria – iria induzi-los a participar. E mais da metade que até agora não contribui informou que planos graduados, que automaticamente aumentam o montante de contribuições por um montante fixo ou porcentagem de pagamento sempre que o participante recebe um aumento, atrairia os não-participantes a contribuir.
“Existem maneiras de os planos patrocinados irem modificando o crescente sistema de contribuição definida para fazer um melhor trabalho de aumento de participação, diversificação e taxas de contribuição”, esclarece Salisbury. Segundo o presidente da EBRI, nas duas últimas décadas, os empregadores debateram desde se os planos deveriam mudar de Benefício Definido (BD) para os de CD, até qual o melhor plano para ajudar os trabalhadores a fazerem boas decisões de investimento dentro dos já existentes planos de contribuição definida.
“O debate acabou. Amado ou odiado, agora temos um sistema de contribuição definida e o que precisamos é focalizar na construção de estruturas que o façam automático, e também de fácil acesso para as pessoas”, afirma. Salisbury avalia que o momento de decisão é agora. “Planos de previdência são vendidos; eles não são comprados”, lembra, notando que somente recentemente que os provedores de planos de previdência começaram a adotar esse tipo de abordagem em relação aos empregadores.
E enquanto a maioria dos trabalhadores pesquisados disse que agendaram anteriormente poupar para a aposentadoria, dois terços afirmaram que acreditam que vão alcançar o objetivo quando pararem de trabalhar, mesmo sabendo o quanto vão precisar no futuro. O presidente da EBRI chama essa postura de síndrome de “amanhecendo na América”. “Otimismo é uma inacreditável parte da psique americana, e se você pensa positivamente o suficiente, isso vai passar”, observa, adicionando que é melhor para as pessoas acreditarem que vão achar um meio de guardar dinheiro suficiente para a aposentadoria do que deixar de poupar.