Edição 127
A Delphi Automotive transferiu US$ 1,1 bilhão de um portfólio de ações de empresas americanas administrado ativamente pela General Motors Asset Management (GMAM) para a GE Asset Management. A GMAM administrava o volume de US$ 9 bilhões referentes aos planos de benefício definido, contribuição definida e ativos da fundação há quase quatro anos. No mercado, os rumores vão desde uma simples busca por diversificação, até de que a estratégia de investimentos em ações da GMAM não estava trazendo bons retornos.
A Delphi foi o primeiro fundo de pensão cliente da asset da General Motors, seguida pela fundação Xerox. A GE Asset Management, por sua vez, tem outros 50 clientes externos.
De acordo com informações da própria empresa, a Delphi possui US$ 3,96 bilhões divididos em dois planos de benefícios, e cerca de US$ 2,1 bilhões em outros dois planos tipo 401(k), cuja administração de ativos fica por conta da Fidelity Investments, de Boston.
Mais Estratégias – Apesar da escolha ter recaído sobre uma administração ativa tradicional, fontes dizem que a GE está gerindo recursos com índices mais elevados e estratégias quantitativas. O fato não foi confirmado pelo porta-voz da Delphi, Brad Jackson, que se restringiu a comentar que os dirigentes da empresa “não discutiriam a administração do fundo de pensão”.
Do lado da antiga asset, Jerry Dubrowsky, porta-voz da GMAM, disse que os executivos não iriam comentar as atividades dos clientes, e complementou afirmando que não poderia abrir os números da performance da carteira de ações porque o dado não pode ser divulgado para o público externo. Ele se limitou a indicar, no entanto, que a performance da GM foi ‘boa’ em comparação com seus pares.
A Delphi está deixando a administração dos US$ 8 bilhões de ativos restantes com a GMAM, como também serviços administrativos e de benefícios, garantiu uma fonte que preferiu não se identificar.
O staff da Delphi e o consultor do escritório da Watson Wyatt, Bill Dewalt, começaram a procurar um novo administrador para o portfólio de ações há cerca de seis meses, afirmaram fontes da indústria de fundos. A alocação de ações de empresas americanas da Delphi representava 36% do total de ativos do plano de benefício definido.
Além da asset da GE, fontes disseram que, entre as instituições que se ofereceram para prestar o serviço, estavam a J.P.Morgan Fleming Asset Management, a SEI Investments, a Frank Russell e o Deutsche Asset Management.
Entretanto, a Delphi, como muitas empresas, está devastada por uma montanha de passivos previdenciários, até dezembro de 2001 totalizaram US$ 8,4 bilhões, segundo Jackson.
Alan Dawes, diretor financeiro, disse a analistas, em um briefing trimestral de ganhos, que o fundo de pensão da Delphi ficará deficitário em cerca de US$ 3 bilhões até o final do ano, por conta de retornos negativos dos investimentos. A empresa, que este ano precisou contribuir com US$ 400 milhões para o fundo, segue com a expectativa de ter de aportar até mais no próximo ano.