Edição 84
A seguradora do grupo Caixa Econômica Federal mudou de nome, de Sasse-Caixa Seguros para simplesmente Caixa Seguros. Depois de um lucro recorde no balanço de 99, obtido basicamente com operações de varejo, o novo foco agora passa a ser o crescimento no atacado, no qual ainda tem pouca expressão. “Nossa carteira de clientes corporativos ainda é pequena, mas temos espaço para crescer”, avalia o presidente da empresa, Pedro de Freitas.
Um dos pilares da estratégia da Caixa Seguros é o lançamento de três modelos de PGBL, atualmente o plano preferido pelas companhias que querem oferecer previdência aos seus funcionários. Os produtos estão em fase final de montagem.
Outra medida nessa linha é a criação de um núcleo de relacionamento com grandes corretoras de seguros, voltadas para clientes empresariais. A equipe, montada no início do ano e composta por 12 profissionais instalados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, deve sair mais agressivamente ao mercado a partir desse semestre. “Toda grande empresa já tem o seu corretor, daí a nossa idéia de fortalecer o relacionamento para que eles possam apresentar também o nosso produto”, explica Freitas.
Os planos de expansão da Caixa Seguros incluem, ainda, a atuação na área de seguro-saúde, ainda inexplorada. Outro segmento no qual está fincando sua bandeira, no qual pretende ser líder, é o dos institutos públicos.
A atividade de montagem de fundos de previdência de estados e municípios é a única que ainda mantém o nome Sasse. O motivo foi a necessidade de criar uma empresa separada, para participar de licitações promovidas por governos estaduais e municipais. Com quatro anos de atuação na área, a Sasse já realizou trabalhos preliminares para a estruturação de fundos ou institutos de previdência para 8 estados e 79 municípios. “Posteriormente, nosso objetivo é ficar com a administração do passivo previdenciário e dos seguros que venham a ser oferecidos pela prefeitura aos funcionários”, conta Freitas.
O reforço da atuação em outros segmentos complementa o crescimento no varejo, que segundo o presidente da empresa deve apresentar resultados “acima da média” esse ano. Para se ter uma idéia, só no primeiro semestre foram vendidos 60 mil planos individuais de previdência, contra 40 mil de todo o ano passado.
Ele adianta que a expansão no primeiro semestre, cujo balanço deve sair apenas no final do mês de agosto, deve ser da ordem de 10%. “O crescimento da previdência, capitalização e seguro de vida compensou a queda da receita do seguro habitacional, que aconteceu devido à antecipação de liquidação de contratos de financiamento habitacional feita pela Caixa”, explica. A expectativa é de que a seguradora tenha um retorno sobre o patrimônio líquido de 50% esse ano, contra 62% de 1999. “O resultado continua excelente, considerando a queda dos juros e da bolsa. Em 99, foi a mais alta do mercado, e superou de longe os 36% de 98”, acrescenta.
Funcef – Freitas nega boatos de que os esforços no sentido de dar mais rentabilidade à empresa teriam relação com a necessidade da Funcef, seu acionista majoritário, se desfazer do controle da empresa devido às exigências da Secretaria de Previdência Complementar. Pela lei, as fundações não podem ter mais do que 20% do controle de uma empresa.
“Certamente, quanto mais robusta a empresa estiver melhor o preço para a Funcef na hora da venda, mas nosso crescimento vem de uma postura mais empresarial da gestão iniciada no ano passado”, justifica.
Segundo ele, o banco Goldman Sachs, contratado pela Funcef para avaliar a seguradora, está em fase final do seu trabalho.