Bons resultados na estréia | Novo presidente da BB DTVM comemora ...

Edição 134

O novo presidente da BB DTVM, Nélson Rocha, só tem colhido boas notícias no mercado durante os dois meses em que se encontra à frente da instituição. Uma delas refere-se ao rápido crescimento dos recursos sob gestão, da ordem de R$ 1 bilhão ao mês durante o primeiro trimestre do ano, o que representa um acréscimo de R$ 3 bilhões no período. “Estamos conseguindo crescer a taxas superiores à média do mercado”, diz ele.
Primeira colocada no ranking dos gestores de recursos, a BB DTVM vê os seus principais concorrentes comprando gestores de menor porte e crescendo por consolidação de carteiras, um movimento que não faz parte do seu escopo de possibilidades. Empresa controlada pelo Banco do Brasil, uma estatal, a BB DTVM chegou inclusive a ser apontada como privatizável alguns anos atrás, durante o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Era a época da exuberância das marcas estrangeiras que chegavam praticamente uma por mês para atuar no segmento de asset management, imaginando ser ele altamente lucrativo e muito promissor pelas possibilidades que seriam abertas com a reforma da previdência. Aportaram por aqui, naquele período, gestores de recursos de todas as partes do mundo, dos Estados Unidos à Europa e Ásia. Em pouco tempo, com a queda vertiginosa das taxas de administração entre os clientes institucionais e corporate e o encruamento da discussão sobre a reforma da previência, essas empresas não tiveram como continuar justificando junto às matrizes sua permanência no Brasil, principalmente porque estavam perdendo dinheiro.
Uma a uma elas foram fechando as portas e vendendo as suas carteiras para os gestores de maior porte, principalmente Itaú e Bradesco, que mesmo com as taxas baixas conseguiam ganhar dinheiro por terem escala e também por atuar fortemente no segmento do varejo, onde as taxas de administração ainda são infinitamente mais atraentes que no segmento institucional e corporate. Em alguns momentos, esses dois bancos nacionais chegaram a ameaçar a liderança da BB DTVM no mercado de gestão de recursos, mas ela reagiu e tem conseguido manter a dianteira.
“Já que não podemos crescer por consolidação, temos que conquistar clientes de outras assets e também buscar outros nichos de mercado”, explica o novo presidente da BB DTVM. Ele acredita que mercados como os da previdência de estados e municípios, dos fundos de instituidores e das cooperativas, representam grandes oportunidades. “A marca do Banco do Brasil tem uma ótima penetração junto a esses segmentos. Vamos aproveitar para desenvolver os nossos negócios”, diz Rocha.
Ele está otimista com as perspectivas que voltam a se abrir para a área de gestão de recursos com a reforma da previdência, que dessa vez parece que sairá do discurso para se tornar lei. Com isso, espera-se que novos fundos de pensão sejam criados, abrindo espaço para a continuidade do crescimento da marca BB DTVM no mercado de administração de recursos de terceiros. “Vamos aproveitar a sinergia com as outras áreas do banco, tanto das agências quanto das empresas que atuam no segmento de previdência”, declara Rocha.
Ele conta que chega à BB DTVM com o forte apoio do presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, com quem já trabalhou no passado no antigo BFB. Além de ter montado o departamento de economia do BFB na década de 80. Rocha, também fez parte da equipe do banco Votorantim, na década de 90, e dirigia o departamento financeiro do banco de Ribeirão Preto, até o momento em que foi indicado para a BB DTVM. Fora da área financeira, ele também ocupou o cargo de secretário de Planejamento e Gestão Ambiental de Ribeirão Preto, na gestão do então prefeito Antonio Palocci, hoje ministro da Fazenda.
Para a BB DTVM, Rocha não está prevendo mudanças nos quadros profissionais, devendo manter os atuais dirigentes. “Vamos manter e prestigiar os quadros da casa”, diz ele. Hoje são 194 profissionais e 38 estagiários na BB DTVM.