Edição 103
A respeitada empresa de consultoria Barra RogersCasey está à venda. Os dirigentes da holding Barra Inc. disseram que estão buscando opções para os negócios da Barra RogersCasey, incluindo a possível venda da unidade que presta consultoria de investimentos há 25 anos. Greg Stockett, diretor financeiro da Barra na cidade de Oakland, disse que a empresa, fabricante de softwares de administração de risco, contratou a CIBC World Markets, de Nova Iorque, para avaliar as escolhas, que vão desde manter a unidade RogersCasey até sua possível venda. As recomendações da CIBC são aguardadas até outubro.
A venda é uma forte possibilidade: nos últimos dois anos, a Barra tem revisto seu foco de atuação e questionado seus esforços na elaboração e comercialização de seus tradicionais softwares de administração de risco. Se a venda for a opção escolhida, é possível que seja realizada para uma empresa de serviços profissionais, disse Robin Pellish, diretora de administração sênior da Barra RogersCasey. A venda para outra consultoria é outra alternativa possível. Observadores já especularam potenciais compradores, que incluem Evaluation Associates, Wilshire Associates ou a Capital Resource Advisors, de Chicago.
Sem propostas – Robert Jaeger, vice chairman da Evaluation Associates, disse que não estava ciente de nenhuma aproximação ou proposta que esteja em andamento. Também contatado, Stephen Nesbitt, diretor administrativo sênior da Wilshire, declarou que a empresa não estava interessada em adquirir a consultoria. Já a Capital Resource preferiu não se pronunciar.
Richard Morris, presidente da Putnam Lovell Securities, de Londres, disse que a RogersCasey “poderia ser atraente tanto para um banco custodiante, procurando proporcionar um bom resultado ao seu mix de serviços, quanto para uma importante empresa de consultoria, que busque aumentar seu portfólio de serviços que disponibilizem às administradoras de ativos e grandes corporações”.
A renda anual da RogersCasey excede os US$ 20 milhões. A Barra pagou cerca de US$ 17 milhões pela Rogers, Casey & Associates em um swap de ações em 1996.
Ainda não foi decidido se a Barra Strategic Consulting Group, a unidade de consultoria administrativa que era chefiada pela RogersCasey, também será preparada para a venda.
Criada em 1976, a RogersCasey é uma das mais antigas e respeitadas empresas de consultoria de investimentos institucionais no mercado. Tem mais de 100 clientes, incluindo os planos de aposentadoria de Connecticut e Trust Funds, o fundo de pensão dos professores da cidade de Nova Iorque, o Conselho de Investimento do Estado de Illinois e os fundos de pensão da International Paper e Kimberly-Clark.
A empresa também gera quase US$ 800 milhões em fundos multipatrocinados e veículos de private equity.
Desligar-se da RogersCasey seria o último degrau nos esforços da Barra para focar em seu principal negócio de administração de risco. No último mês, a empresa vendeu 50% de sua parte na administradora de ativos Symphony Asset Management para a John Nuveen, de Chicago, por US$ 128 milhões, mais US$ 12 milhões em pagamentos contingenciais. Tiradas as taxas, a Barra embolsou US$ 80 milhões.
Foco principal – Desde que Kamal Kuggirala se tornou diretor executivo da Barra, em 1999, ele dividiu a empresa em duas áreas, a principal, de administração de risco, e a de operações de risco. Em março de 2000, as operações centrais contabilizaram 23% dos ganhos da Barra. Com a recente venda da Symphony, que significou 28% dos lucros da consultoria no ano fiscal de 2000, o negócio principal proporcionou 70% dos lucros e rendimentos.
Como resposta, o valor das ações da Barra mais que triplicaram desde o último bimestre de 1999. Richard Eckert, analista na Sutro&Co., prevê que o negócio principal da empresa terá um crescimento anual de 20% no ano fiscal de 2003, mesmo com o declínio da taxa de crescimento da unidade, que saiu da previsão de 20% para algo em torno entre 12% e 14%, que deverá ser o percentual do segundo bimestre.