ARX: análise fundamentalista e poucos alvos na mira | Criada há q...

Edição 105

Com uma carteira de 15 clientes, a ARX Capital Management, do Rio de Janeiro, criada por ex-executivos do Opportunity, JP Morgan, Cia. Vale do Rio Doce e do grupo Coimbra Trading, comemora os resultados de quatro meses de operação. A empresa de gestão de riscos já exibe uma carteira administrada da ordem de R$ 165 milhões, um fundo exclusivo de ações no valor de R$ 77 milhões e um fundo hedge fechado de R$ 47 milhões, além de dois fundos abertos que, somados, alcançam R$ 4 milhões.
Segundo Carlos Eduardo Ramos, ex-sócio do Opportunity, além da experiência na área financeira dos seis sócios da ARX, os resultados se devem aos diferenciais competitivos na gestão de fundos implementados pela nova empresa. Na renda variável, por exemplo, a filosofia consiste na denominada “análise fundamentalista”, ou seja, a avaliação não se atém apenas ao fluxo de caixa de empresas, mas à questões que vão desde o “alinhamento” de interesses entre controladores e minoritários até ao tipo de política de incentivos adotada para os diretores locais – no caso de empresas internacionais – para obtenção de resultados almejados pela empresa.
Outra estratégia defendida pela recém-criada empresa carioca a concentração de posições em poucos ativos, sem diversificação do portfólio de ações ao sabor dos índices de benchmark, como o IBX ou Ibovespa. “Isso nos obriga a entender mais profundamente cada um dos setores nos quais estamos dispostos a investir. Quando se diversifica muito, fica impossível acompanhar a performance de cada ação como se deve, deixando de potencializar ganhos ou mesmo aumentando os riscos. Miramos muito, mas atiramos pouco”, resume o executivo.
Ramos destaca que também faz parte da política da ARX priorizar investimentos em setores ou empresas que tenham vantagem competitiva de longo prazo, ou seja, normalmente companhias com monopólio natural, consolidadas em seus mercados e que oferecem baixíssimo risco de longo prazo.
O sócio conta que, graças a esses diferenciais, um fundo sob sua responsabilidade desde 1997 – e que seguiu com ele para a nova empresa – registrou de 1997 até agora crescimento de 173%, com um patrimônio médio de R$ 131 milhões. “Nesse mesmo período a Bovespa registrou queda de 3,3%, contra um crescimento de 133% do CDI, de 48% do IGPM e uma alta de 48% do dólar”, lembra.
Compartilham com Ramos a administração da ARX Capital Management, a dupla Bruno Garcia e Rodrigo Fonseca, também egressos do Opportunity, José Alberto Tovar, antes responsável pela área comercial do JP Morgan, Glória Levier Serra, oriunda da gerência corporativa financeira da Vale do Rio Doce, e Marco Franklin, ex-diretor financeiro do grupo francês Coimbra Trading.