Aposentadoria não é o limite | Faelba faz propostas de alteração ...

Edição 303

 

A Faelba abriu aos seus participantes assistidos a possibilidade de continuar contribuindo com o plano de contribuição definida (CD) após a aposentadoria. A proposta permite que a fundação continue acumulando recursos dos participantes mesmo após se aposentarem, inclusive com a pensão integral caso eles optem pela suspensão temporária do recebimento do benefício.
Segundo o presidente da Faelba, Augusto Reis, a proposta vem em linha com a nova realidade do trabalhadores brasileiros. “A pessoa que antes saía da patrocinadora e ficava só cuidando da família não faz mais isso. Muita gente sai da patrocinadora e se recoloca no mercado ou abre um negócio próprio e passa a ter uma atividade com remuneração”, destaca. “Se o aposentado começa a ter receitas advindas de outra atividade remunerada, ele pode optar por suspender temporariamente o recebimento do benefício”, ressalta. As contribuições dos aposentados, contudo, não terão a contrapartida da patrocinadora, sendo assim espontâneas da parte do participante que assim desejar.
Reis explica ainda que o assistido terá também a opção de alongar o prazo de recebimento dos benefícios caso queira mantê-los durante o período em que continua contribuindo para o plano de previdência da fundação. Outra medida é o encurtamento da opção da programação de renda do particpante. “Hoje, a renda do assistido só pode ser reprogramada após um ano de recebimento. Ou seja, se ele estabelece um percentual de retirada ou número de parcelas, só pode modificar isso após um ano. Nossa proposta é encurtar essa reprogramação para que ela ocorra a cada 6 meses”, diz Reis. “Essas medidas vem ao encontro de uma nova realidade social e financeira. Queremos dar flexibilidade ao assistido para utilizar a fundação como maior possibilidade de renda”, complementa.
A proposta de alteração no regulamento foi enviada à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e ainda depende de sua aprovação. Augusto Reis destaca que, se aprovada, os participantes assistidos que optarem por manter as contribuições continuarão vinculados à política de investimentos do plano CD, que trabalha com perfis de investimentos. “São sete opções, com níveis de risco diferentes. Não será desenvolvido um novo produto, pois nossa atuação será calibrada com esses níveis de risco”, diz Reis.

Benefício de risco – Além dessa alteração, a Faelba quer incluir no regulamento do seu plano CD a possibilidade de contratação de uma seguradora para cobertura de risco por morte ou invalidez. “Hoje, havendo um desses dois sinistros, é calculado um benefício fora da reserva constituída pelo participante. Queremos contratar uma seguradora para assumir esse risco”, destaca Augusto Reis. O custeio desse benefício de risco não tem a parte do participante, sendo suportado integralmente pela patrocinadora. “Em vez da patrocinadora contribuir para um fundo para cobrir esse risco, teremos uma seguradora para qual a patrocinadora pagará um prêmio”, explica. A partir da aprovação dessa medida, a Faelba fará um processo seletivo para contratar uma seguradora no mercado. “Todas essas mudanças foram aprovadas pela entidade e passam pela análise da Previc. Se aprovadas, beneficiarão os participantes e reduzirão nosso risco, transferindo-o para uma seguradora”, completa Reis.

Investimentos – A Faelba também fez mudanças recentes em seu portfólio de investimentos ao perceber, pela escolha dos participantes em relação aos perfis de risco, um maior apetite por diversificação. “Na estruturação dos veículos de investimentos temos uma diversificação alta, com renda variável local e exterior, por exemplo. Dentro de renda fixa, temos desde fundos fortemente atrelados à Selic a fundos com componente de Selic e IMA-B, entre outros. Temos também investimentos alternativos, estruturados, sendo fundos multimercados e fundos de investimento em participações (FIPs)”, explica Augusto Reis.
No final ano passado, a Faelba realizou aportes em fundos de renda fixa no exterior. Dentro de multimercados, a fundação procura criar um acompanhamento em fundos que sejam descorrelacionados com outros ativos. “Também mudamos o benchmark de fundos exclusivos. Antes, dávamos ao gestor um mandato para bater um benchmark entre Selic e IMA-B, e agora queremos que ele entregue um percentual acima do CDI, dependendo da estratégia, e assim escolha os ativos para que os resultados venham”, destaca Reis. “Com isso, o gestor pode ter mais movimento e precisará ficar atento às oportunidades que o mercado oferece, sendo mais ativo”, ressalta.
Reis complementa dizendo que a Faelba está em processo de seleção de novos gestores de renda variável e multimercados. “A busca por novos gestores é permanente na Faelba. Fizemos due diligence em cinco casas do mercado e vamos escolher uma delas para alocar em renda variável, e outra para multimercados. Estamos na fase de avaliação para descobrir qual será o novo gestor”, destaca.