Abrapp tem modelo para avaliar gestão | Entidade desenvolve model...

Edição 96

A Comissão Técnica Nacional de Qualidade da Abrapp está elaborando um modelo de avaliação de gestão formado por 80 indicadores financeiros e operacionais. O trabalho vem sendo discutido há três anos e tem o objetivo de fornecer indicadores de desempenho de gestão (IDG) que meçam a qualidade de gestão dos fundos de pensão. Os indicadores deverão estar disponíveis na home page da associação em um prazo médio de cinco meses, mas a utilização do modelo fica a critério de cada fundo.
Os fundos de pensão que utilizarem os indicadores podem enviar os resultados para a Abrapp, que reunirá os indicadores e divulgará a média geral obtida pelas entidades participantes. “As informações que até hoje estavam subjugadas à cada fundo serão finalmente conhecidas e agrupadas de modo a constituir um benchmark ou referencial de comparação entre as fundações”, afirmou Antônio Carlos Lazari, coordenador do escritório da Abrapp no Rio de Janeiro.
Para incentivar a participação das fundações menores, que não dispõem de programas de qualidade, os organizadores do modelo optaram por não divulgar os nomes das entidades individualmente. Cada fundo terá a opção de tornar público ou não o resultado da aplicação de seu IDG.
Para Otávio Magno Brandão, consultor da Petros, a divulgação pública dos indicadores oferece vantagens tanto para a fundação, que passa a mostrar com maior transparência sua atuação no setor, quanto para os participantes, que poderão acompanhar o desempenho da gestão de seu fundo de pensão. Brandão ressalta que há ainda um terceiro beneficiado pela novidade: as empresas que pensam em aderir a um fundo de pensão multipatrocinado. “Essas empresas que certamente deverão escolher aquele fundo multipatrocinado que apresentar maior rentabilidade e liderança segundo o ranking”.
Entre os cerca de 80 indicadores que farão parte do índice estão os de crescimento do patrimônio, rentabilidade dos ativos, de inadimplência em investimentos imobiliários, taxa turnover, evolução de despesas administrativas e investimento em treinamento de funcionários. “Até hoje não tínhamos como avaliar a atuação de uma fundação em relação às outras, já que não existiam indicadores criados especificamente para o setor”, comenta Marinei Coelho, secretária-executiva da Comissão de Qualidade da Petros e membro da Comissão Nacional de Qualidade da Abrapp. Ela afirma que as poucas fundações que faziam esse trabalho utilizavam indicadores de qualidade tomados emprestados de bancos e empresas de mercado.
Os indicadores deverão ser atualizados mensalmente ou anualmente, conforme a necessidade de cada fundação. “Ao contrário de indicadores diretamente ligados ao atendimento ao participante, que devem ser medidos mensalmente, há outros que não têm necessidade de serem constantemente avaliados. Pesquisa de clima organizacional é um deles”, diz Marinei.
Por não ser obrigatório, o modelo de indicadores não deverá contar com muitas adesões inicialmente, prevê Solange Regina Schutesky, assessora da diretoria administrativa da fundação Copel e também membro do Comitê de Qualidade da Abrapp. “A expectativa é de que cerca de 70 fundações participem mandando seus indicadores”.