Edição 97
Quanto ganha o profissional que trabalha para um fundo de pensão atualmente? Para responder esta questão, a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp) realizou uma recente pesquisa que mostra o nível de remuneração dos funcionários que atuam nas entidades fechadas. É a primeira vez que se realiza uma pesquisa com abrangência nacional sobre os salários dos funcionários que trabalham nos fundos.
A idéia veio de um levantamento feito, em meados do ano passado, pela comissão técnica de recursos humanos da Abrapp do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, sobre a remuneração dos funcionários dos 29 fundos de pensão da região. A iniciativa foi bem recebida pela direção da Abrapp, que deu sinal verde para que a comissão fizesse uma pesquisa de âmbito nacional. Os contatos foram iniciados no final de 2000 e os fundos de pensão começaram a enviar as informações no início deste ano.
Ao todo, 70 fundações enviaram os dados até o final de fevereiro último, prazo final para as respostas. Para tabular as informações recebidas, a Abrapp fechou uma parceria com a consultoria de recursos humanos LF Consultores. O resultado do levantamento saiu no início de março e foi encaminhado apenas para as fundações que responderam à pesquisa e que contribuíram com um valor destinado ao custeio do trabalho da consultoria. A comissão de RH da Abrapp revelou com exclusividade para Investidor Institucional uma parte dos resultados da pesquisa, referentes aos cargos da área de seguridade.
Regiões e cargos – A pesquisa da Abrapp foi tabulada de forma a registrar a média de remuneração de 56 cargos distribuídos entre as áreas financeira, administrativa e de benefícios das entidades fechadas. Foram considerados os cargos de nível gerencial para baixo, excluindo a presidência e a diretoria. “Neste primeiro levantamento decidimos deixar de fora a diretoria do fundo, devido à maior dificuldade em receber informações deste nível”, afirma Sérgio Inácio da Costa Velho, coordenador da comissão de recursos humanos da Abrapp e gerente
de RH da fundação Real Grandeza (Furnas).
De acordo com ele, como os diretores dos fundos de pensão geralmente são contratados e pagos pelas patrocinadoras, um levantamento deste tipo demandaria um trabalho maior. “Mas estamos estudando a possibilidade de incluir, no futuro, os dados sobre a remuneração da diretoria”, revela o coordenador da comissão de RH da Abrapp.
Os fundos de pensão que participaram do levantamento foram divididos em seis regiões, de acordo com a classificação da Abrapp: Sudeste, Leste, Sudoeste, Nordeste, Sul e Centro-Norte. A região Sudoeste corresponde a São Paulo; Sudeste engloba Rio de Janeiro e Espírito Santo; Leste é formada por Minas Gerais; Centro-Norte concentra os estados do Centro-Oeste e do Norte; e as regiões Sul e Nordeste coincidem com a classificação geográfica clássica.
Cada fundo participante da pesquisa recebeu um material comparativo da sua remuneração com a média praticada pelo mercado e com a média de cada região. “Fizemos uma tabulação personalizada para cada fundação”, explica Luiz Fernando de Campos, sócio-consultor da LF Consultores.
A pesquisa da Abrapp também recolheu informações sobre os benefícios recebidos pelos profissionais dos fundos de pensão. Os benefícios financeiros foram somados aos salários e resultaram no dado sobre a remuneração. Outra informação coletada pela pesquisa foi a natureza do vínculo empregatício do funcionário que trabalha na fundação (funcionários da patrocinadora, do fundo de pensão ou terceirizados). A predominância recaiu sobre os diretamente empregados pelo fundo de pensão, vindo em seguida os vinculados à patrocinadora e, por último, os terceirizados.
Os fundos de pensão que participaram do levantamento salarial comprometeram-se a atualizar as informações sempre que houver mudanças na remuneração dos funcionários. As fundações que ainda não participam da pesquisa devem aderir nos próximos levantamentos. “Queremos envolver o maior número possível de fundos de pensão em nossa pesquisa”, diz Sérgio Inácio.