Edição 119
A próxima gestão da Associação Brasileira de Institutos de Previdência de Estados e Municípios (Abipem) promete ser regada a muita pimenta e discussão. Eleita primeira mulher presidente da entidade por 23 Estados e 280 municípios, a paraibana Izinete Bento Brasil construiu, durante toda sua campanha, um discurso pregando a continuação do trabalho do presidente anterior, Rômulo Augusto Penina, mas prometendo ao mesmo tempo inaugurar na política da associação um estilo mais agressivo. A eleição da chapa-única comandada por Izinete aconteceu no dia 14 de junho, último dia do 36º Congresso da Abipem, em Campina Grande (PB).
Professora da faculdade de direito da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e procuradora do município de Campina Grande, Izinete, 49 anos, priorizou em seu programa de gestão o fator “formação e profissionalização” de dirigentes de institutos. O plano para facilitar o acesso às informações passa por cursos e seminários de capacitação técnica de gestores e convênios com associações de previdência nacionais e internacionais. O primeiro evento está programado para acontecer na última semana de junho, em Vitória, sob o tema gestão previdenciária.
Até o final deste semestre serão criadas áreas de acompanhamento para cada uma das regiões do País, a título de descentralizar as atividades para descobrir as deficiências de cada uma. “Queremos tornar a associação mais regional, ampliando o intercâmbio de experiências entre municípios”, argumentou Izinete.
Auditores – Uma das primeiras ações da Abipem já começa a tomar forma. Com a alteração nas regras dos fundos de renda fixa, muitos institutos foram surpreendidos com quedas nas suas cotas de investimento. “No início de julho vamos contratar auditores independentes e entrar com uma ação contra o Banco Central. Não podemos abandonar as dezenas de institutos previdenciários que perderam dinheiro quando o BC resolveu alterar as mudanças das regras dos fundos de renda fixa”, comentou a nova presidente.
Segundo João Luiz Meirelles da Conceição, presidente do Instituto de Previdência dos Servidores de Niterói (RJ), diz que a postura combativa da nova dirigente pode ser um trunfo na hora de brigar pelas causas da previdência pública, “mas não deve conduzir a uma atitude de confronto com o Ministério”, ressalva. “Não pode-
mos correr o risco de fechar as portas do Governo para o segmento. E este não é um momento de briga, mas sim de união”.