Edição 8
A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) está investigando a
ocorrência de desvios de recursos dos fundos de pensão para aplicações
não autorizadas pelo governo
A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) está investigando a
ocorrência de desvios de recursos dos fundos de pensão para aplicações
não autorizadas pelo governo.
“Temos fortes indícios de que isso está ocorrendo, estamos rastreando os
investimentos mas ainda não temos as provas”, afirmou a secretária da
SPC, Carla Grasso, em entrevista exclusiva a este jornal. “Em um mês
teremos a conclusão das nossas investigações e ai poderemos divulgar os
nomes dos infratores”.
Segundo ela, os responsáveis por esses investimentos
serão “severamente punidos”. Carla descarta a possibilidade de estender
a punição aos fundos, uma vez que isso significaria “punir também os
participantes, que não sabem nem teêm culpa de nada que está
acontecendo”.
As investigações estão sendo feitas pela SPC com a ajuda “de outras
áreas do governo”, afirmou a secretária, sem especificar quais.
Ela também não quis anunciar o tipo de investimento irregular em que
estariam envolvidos os fundos em questão. “Por exemplo, se voce compra
um avião com o dinheiro dos fundos é uma operação não autorizada.
Claro que não é esse tipo de operação que estamos seguindo, é só para
para você ter uma idéia do que não é autorizado”, limitou-se a dizer.
O diretor da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Privada (Abrapp), Carlos Duarte Caldas, disse desconhecer qualquer tipo
de aplicação dos fundos de pensão em modalidades de investimentos não
permitidas. “Se ela disse isso, deveria esclarecer quais são e dar os
nomes de quem está dazendo isso”, afirmou. “Mas prefiro não me
estender com comentários sobre assuntos que desconheço”.
Más carteiras – A resolução do Conselho Moneatário Nacional (CMN) que
estabelece as modalidades e os limites de investimentos para os fundos
de pensão foi aprovada no final de outubro passado. Na época da
aprovação houve forte reação contrária, por parte dos fundos e do
mercado. “As reclamações, normalmente, veêm daqueles que estão com
problemas graves em suas carteiras”, disse Carla.
As aplicações em áreas não autorizadas, segundo ela, são uma
exceção. Como um todo, o sistema tem se adaptado muito bem às