Schroder é a maior gestora de ativos de captação externa

Edição 63

A administradora de origem inglesa domina o ranking das maiores em
captação no exterior

O Opportunity Asset Management lidera o ranking dos maiores
administradores de recursos de investidores estrangeiros, com R$ 1,932
bilhão, contra R$ 1,302 bilhão do segundo semestre de 1998. A empresa
figura, ainda, no sétimo lugar entre os mais focados nesse tipo de
captação, que representa 47,81% do total que tem sob sua gestão.
O aumento no volume administrado, entretanto, não reflete a realidade
desse segmento. De acordo com um dos sócio-diretores da
administradora, Maurício Gentil, o incremento é resultado apenas da
desvalorização do real, porque os investidores estrangeiros desde o início
do ano praticamente interromperam as apostas que vinham fazendo no
mercado brasileiro. “No final do ano passado, havia o risco da
desvalorização cambial, que se confirmou, e depois começamos a ter um
tremendo ajuste nas variáveis macro-econômicas. Não há atratividade que
resista a tamanha mudança de expectativas”, desabafa.

Mais focados – O diretor de marketing da Schroder Investment
Management, Adriano Koelle, concorda. A empresa ocupa a primeira
posição no ranking das mais focadas em captação externa, que responde
por 99,76% dos R$ 1,190 bilhão que administra, além de ser a segunda
maior nesse segmento. No segundo semestre de 1998, a Schroder tinha
R$ 1,183 bilhão desses clientes.
Segundo ele, entre os meses de março e maio houve alguma
movimentação desses investidores nas bolsas, mas o resultado líquido do
semestre foi ruim. “Ao contrário do investidor doméstico, que olha para as
taxas de juros, o estrangeiro olha para indicadores de empresas, compara
com outras empresas da região. Devido ao risco Brasil, houve realocação
de investimentos na região, para o México, por exemplo”, explica.
O cenário para o segundo semestre também não é animador. A
instabilidade econômica ainda é grande, e nem mesmo as medidas que
estão sendo tomadas pelo governo, de isentar o capital externo de IOF,
para atrair recursos de curto prazo, podem surtir o efeito esperado. “Isso
pode, inclusive, ter efeito contrário, fazendo com que os recursos saiam,
já que não vão pagar IOF”, acrescenta Gentil, do Opportunity.