Planos de cash balance atraem mais nos EUA

Edição 61

Consultores atribuem o sucesso dessa nova modalidade à facilidade de
explicá-lo aos participantes

Empresas com planos de benefício definido que somam ativos de mais de
US$ 330 bilhões já adotam os planos cash balance para todos ou a
maioria de seus empregados. Mas, tentar fazer um balanço das
conversões para CB é como tentar acertar um alvo em movimento.
O novo tipo de plano custou a pegar desde que foi introduzido, em
meados da década de 80, mas daí para a frente pegou fogo,
principalmente nos últimos cinco anos. Consultores e administradores
atribuem o crescimento menos ao seu menor custo, e mais à facilidade
com que o conceito de cash balance pode ser explicado e como os
empregados podem apurar rapidamente o valor dos benefícios, analisa
reportagem da Pension & Investments,
Em seu primeiro balanço desses planos, a Pension & Investments
descobriu que pelo menos 325 empresas, com no mínimo US$ 334
bilhões em ativos de benefício definido, migraram para o modelo que o
BankAmerica desenhou pioneiramente, em conjunto com a firma de
consultoria então conhecida como Kwasha Lipton.

Enxurrada de migrações – No total, de 800 a 900 companhias – lideradas
pelas maiores dos Estados Unidos, como a AT & T Corp. e IBM Corp. – já
migraram para fórmulas de planos CB, segundo Dennis Coleman, da PwC
Kwasha, e muitas outras estão mudando todo ano. Sua estimativa bem
grosseira é que os ativos atualmente sob planos CB constituem de 10% a
20% do total de ativos de planos de benefício definido, ou algo entre US$
300 bilhões e US$ 600 bilhões.
O principal atrativo dos planos CB é a facilidade de comunicação, assegura
Joseph A. Rosalie, sócio na Deloitte & Touche LP. A consideração menos
importante, acrescenta ele, é a redução de custos. Porém, há outras
vantagens: “Ninguém entende planos de benefício definido. Um plano
cash balance é simples de explicar. E quando uma patrocinadora percebe
que um CB vai reduzir custos com empregados mais jovens, fica
excitada”, pondera Rosalie.
Observadores notam que, enquanto a tendência dos primeiros planos CB
dos anos 1980 era concentrado em certos setores – financeiro,
telecomunicações e utilidades –, hoje, o apelo é disseminado.
“A guinada para o CB tornou-se uma ferramenta competitiva de
recrutamento, sobretudo nas empresas de tecnologia, onde a força de
trabalho tem uma visão diferente”, assinala James M. Delaplane, vice-
diretor de políticas de aposentadoria da Association of Private Penseio and
Welfare Plans, de Washington.“Em alguns setores, há gente que não
pretende trabalhar a vida toda para uma empresa. É gente necessária por
alguma fase limitada e os planos CB, com sua portabilidade
incrementada, são talhados para atender este segmento da força de
trabalho.”
Dentre as 127 empresas que responderam à pesquisa P&I, somente 38
possuíam planos cash balance, quatro estão migrando para ele neste ano
e outras 22 estavam considerando a migração.

Contas individuais no papel
Desde 1985, quando o BankAmerica Corp. instituiu o primeiro plano cash
balance, centenas de empresas norte-americanas passaram a adotar
esses planos híbridos, que pretendem combinar o que há de melhor nos
mundos da contribuição e do benefício definido.
Os empregados recebem contas individuais e, embora tais contas só
existam no papel, permitem aos funcionários ver como seus benefícios
estão crescendo. Tais contas teóricas incluem créditos anuais relativos aos
aportes e também uma taxa de retorno presumida, geralmente vinculada
a títulos de longo prazo do Tesouro dos EUA. As contas individuais
representam o valor presente do benefício futuro à época da
aposentadoria.
Quando saem da empresa ou se aposentam, os empregados podem levar
seus cash balance consigo, ou manter o dinheiro no plano de previdência
da empresa e optar por uma anuidade ou mensalidade na aposentadoria.
Como os funcionários cobertos por CB recebem benefícios constantes ao
longo do tempo, os tamanhos de suas contas são apenas um caso de
composição – quanto mais tempo permanecem num emprego, maior será
o saldo na conta.
Um problema com os planos CB – na visão do empregado – é que a
aposentadoria passa a depender do saldo da conta e das taxas de juros
nesse momento, de forma que os funcionários não estão totalmente
protegidos do risco de taxa de juros.