Seguradoras lideram a previdência privada na Polônia

Edição 60

O mercado de previdência privada da Polônia movimenta ativos de US$ 1
bilhão neste ano

Quatro fundos de previdência privados controlados por seguradoras
controlavam 84% do recém-aberto mercado polonês, que se estima
chegará a englobar US$ 1 bilhão em ativos neste ano e US$ 2 bilhões no
ano 2000, informa a revista Pensions & Investment.
O Commercial Union, controlado pela CGU PLC, de Londres, é o maior,
com cerca de 900 mil participantes. Em segundo lugar vem a Nationale-
Nederlanden Polska, joint venture entre a ING Continental Holdings BV e
BSK SA, com cerca de 580 mil membros. Logo em seguinda, vem o fundo
administrado pela seguradora polonesa PZU Zycie SA, com 550 mil
participantes, enquanto que o fundo gerido pela American International
Group Inc., de Wilmington, Delaware, saltou para cerca de 300 mil cotistas.
“As seguradoras com certeza se beneficiaram dos nomes conhecidos e da
rede de corretores que tinham”, explica Ronald Dwight, sócio do escritório
de advocacia Cameron McKenna, que ajudou a criar a nova legislação
previdenciária polonesa, que entrou em vigor há pouco mais de três
meses. Até maio, apenas 2,7 milhões de um total estimado de 6 milhões
a 7,5 milhões de poloneses tinham optado pelos fundos previdenciários.
Trabalhadores com 30 anos ou menos têm até o fim de setembro para
optar por um dos 19 fundos de pensão autorizados a operar. Empregados
com 31 a 50 anos têm até 31 de dezembro para escolher entre
permanecer na previdência oficial, ou migrar para um fundo.
Em vista desses prazos, alguns fundos estão mudando suas estratégias
para ganhar clientes, enquanto outros se rendem às seguradoras.
A briga está apenas começando, porém já se discute a consolidação do
novo sistema, com analistas prevendo que nem todos os 19 fundos
registrados tenham condições de sobreviver até o próximo ano. “O custo
por participante é muito alto, do modo como o sistema foi montado”,
avalia Dwight.
Pelo sistema compulsório de previdência privada iniciado em primeiro de
abril, os empregadores contribuem com 9% do salário ao fundo
previdenciário, enquanto outros 36% são destinados ao sistema oficial. No
sistema anterior, as empresas contribuíam com 45% do salário à
previdência estatal.
O tamanho do mercado, estimado em US$ 6 bilhões de ativos para 2005,
atraiu seguradoras e administradoras de recursos de terceiros do mundo
todo, como Aetna International Inc., Hartford, Paribas Asset Management
Ltd., e Citigroup, que em geral fizeram associações com grupos locais.
As verbas publicitárias são volumosas. Advertising Age, a maior publicação
sobre o mercado publicitário dos Estados Unidos, calcula que os fundos
gastarão US$ 150 milhões para atrair clientes.
Os administradores não revelam suas estratégias de investimento nas
peças publicitárias, mas como a regulamentação é rigorosa, admite-se
que haverá pouca diferenciação em termos de desempenho. Também por
isso as taxas de administração variam pouco, entre 8,55 e 9%, de modo
que há pouco o que comparar. Os fundos pensaram em cobrar até 15%,
no início, idéia logo abandonada porque “a sensibilidade ao preço era
muito maior do que o previsto”, segundo Tomasz Frontczak, diretor geral
da AIG Comprehensive Pension Co. de Varsóvia.