Bradesco cresce com estratégia agressiva

Edição 6

A parceria com o Grupo Verdi através da Rodoprev é apenas uma dentre
as várias conquistas que a Bradesco Previdência vai comemorar este ano

A parceria com o Grupo Verdi através da Rodoprev é apenas uma dentre
as várias conquistas que a Bradesco Previdência vai comemorar este ano.
Apostando no potencial de desenvolvimento desse mercado, a empresa
adotou uma estratégia de marketing bastante agressiva e já começa a
colher os resultados.
No primeiro semestre do ano fechou 1.364 convênios com empresas que
decidiram adotar planos previdenciários para seus empregados. Dentre os
novos acordos firmados este ano estão empresas de destaque no cenário
econômico brasileiro (veja quadro nesta página). A carteira de
investimentos cresceu quase 40% nos seis primeiros meses do ano em
comparação com o mesmo período de 1995 e as reservas técnicas estão
em torno de R$ 2,45 bilhões, conta Antonio Lopes Cristóvão, diretor
executivo da empresa.
“A arrecadação do mercado de planos previdenciários cresceu mais de
60% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo
período do ano passado”, diz. “Isso foi um reflexo da estabilização”,
completa. Para Cristóvão, desde sua criação, em 1981, que a Bradesco
Previdência espera por três acontecimentos importantes, que iriam definir
as perspectivas para o setor, e a estabilidade econômica era uma delas.

Faltam dois – “Sem estabilidade não é possível se pensar em poupança
de longo prazo, o principal fator de alavancagem do negócios de
previdência privada”, afirma. A empresa, que é líder tanto em planos
empresariais como em individuais, espera agora pelos dois próximos
fatos: o estímulo governamental, através de incentivos fiscais, e a
reforma da previdência.
“Nos países em que a previdência é altamente desenvolvida, como nos
Estados Unidos, existe uma sólida política de incentivos fiscais há mais de
20 anos”, diz. Para o diretor, o governo brasileiro precisa entender que
incentivo não é subsídio, “é apenas um diferimento de imposto, o que se
deixa de recolher hoje será descontado no futuro, quando o participante
passar a receber os benefícios”, lembra.
Nessa área de incentivos, alguma coisa já começa a acontecer, observa. O
desconto de 100% das contribuições, que passa a valer para a declaração
de Imposto de Renda deste ano, foi uma importante decisão do governo
e um passo decisivo para a evolução do segmento, acredita. Para
Cristóvão, contudo, efeitos mais consistentes em decorrência da medida
só serão percebidos dentro de dois ou três anos.
É que o brasileiro, enquanto pessoa física, ainda não desenvolveu uma
cultura de planejamento fiscal, como ocorre com as empresas. “Assim que
essa percepção ganhar espaço no País, será um fator de alavancagem do
setor”, acredita. Para dar um empurrão nessa tendência, a Bradesco
Previdência planejou uma nova campanha de mídia, através da qual
pretende divulgar amplamente a existência desse benefício fiscal.
Cristóvão acredita que, com isso, mais pessoas deverão ingressar em
planos abertos de previdência a partir do ano que vem.
Falta ainda o terceiro fator de incremento para a área de previdência
privada: a reforma da previdência oficial. “Nos países da América Latina
onde isso já foi feito, foram registrados avanços importantes no
segmento”, diz. Embora o exemplo mais frequente entre os dirigentes do
setor seja o ocorrido no Chile, Cristóvão não acredita que seja adotado um
padrão semelhante no Brasil.

Três pilares – O diretor avalia que o modelo brasileiro deverá caminhar
para o sistema de três pilares. O governo fornece um plano mínimo,
incentiva a constituição de planos empresariais e o incremento de planos
individuais. Apesar da demora na votação da reforma da previdência,
Cristóvão tem plena confiança na sua realização. “É apenas uma questão
de tempo”, afirma.
A Bradesco Previdência continuará trabalhando com a essa certeza em
mente. “O horizonte de realização dessa reforma é um ponto de
interrogação, mas, nem por isso deixamos de apostar no
desenvolvimento desse mercado”, observa. Para o diretor, a velocidade de
crescimento da área de previdência continuará alta, a exemplo do que
ocorreu nos últimos dois anos. “O avanço recente foi uma resposta à
estabilização da economia, que continuará a estimular esse mercado.
Daqui para frente começa também a influência do incentivo fiscal e, mais
além, da reforma”, afirma o diretor.

CONQUISTAS RECENTES (empresas contratadas em 96)
Bauducco
Everedy
SKF do Brasil
Usina Ometto Pavan
Apple Computer do Brasil
Constr. Queiróz Galvão
Univ. Catól. de Salvador
Ind. Andrade Latorre
Starret Ind. e Com.
Torres e Associados
Univ. Vale do Rio dos Sinos
Racimec
Kaiser
Arcom
Almapp BBDO
Ato Findley do Brasil
Cyclop DP Br. Embalagens
Pillsbury Brasil
Ancar Empreendimentos
Wardon Corret. Seguros
NEC do Brasil
SH Coml. de Alimentos
Grupo Buaiz
Cooperhodia
Profigem do Brasil
Laboratório Catarinense
Petroquímica União
PUC – RS
New Zealand
Carlo Erba S.A