CEF vai reformular operação das LH-Azul para o ano que vem

Edição 6

A Caixa Econômica Federal (CEF) está reformulando a operação na qual as
fundações aplicam em letras hipotecárias em troca de financiamento
habitacional aos participantes

A Caixa Econômica Federal (CEF) está reformulando a operação na qual as
fundações aplicam em letras hipotecárias em troca de financiamento
habitacional aos participantes, batizada de LH Azul.
Segundo Wilson Risolia Rodrigues, gerente de operações estruturadas da
CEF, o programa não deverá cumprir a expectativa traçada para este ano,
que era de R$ 300 milhões. Desde seu lançamento, em julho, só foi
fechada uma operação até agora, a da Fundação Sistel, no montante de
R$ 6 milhões.
A principal mudança estudada pela CEF é a adoção do conceito de
duration, explica Risolia. “Este modelo permitirá à fundação programar os
resgates do papel de acordo com suas necessidades de caixa, sem que
nem o emissor nem o aplicador saiam perdendo”, afirma. Nesse
programa, é fixado um spread mínimo, que, nas simulações feitas pela
CEF, deverá ficar em 1,75% ao ano.
Apesar da existência de um cronograma de resgates, a tendência das
fundações é de ficar com o papel por muito tempo. “O que os investidores
querem é a possibilidade de sair da aplicação, se preciso”, diz Risolia. De
acordo com ele, os fundos têm demonstrado interesse em permanecer em
torno de 50% a 70% do prazo ancorados ao título, o que corresponde a
um período entre cinco e sete anos, já que o contrato de financiamento é
de dez anos.
A taxa de juros do papel deverá ficar ao redor de 1 ponto percentual
acima da meta atuarial de 6% ao ano dos fundos de pensão.
Outra mudança que está sendo definida pela CEF é quanto a proporção
entre o volume que é aplicado pelo fundo e o que é repassado aos
participantes na forma de crédito. A LH “velha” previa que, para cada R$
1,00 aplicado, R$ 0,50 seriam destinados ao financiamento. Segundo
Risolia, nos novos negócios, a relação mudará para R$ 1,00/R$ 0,75.
Além de carregar os recursos deste ano, cuja previsão era de R$ 300
milhões, a linha em 1997 deverá ganhar novos reforços, mas Risolia
ainda não sabe adiantar qual será este valor. “A dotação para o ano que
vem não está definida, depende de uma política global da CEF para o
segmento habitacional, mas deve crescer”, afirma.