Aumentam as aquisições de assets nos Estados Unidos

Edição 58

Grandes players compraram seis assets apenas no primeiro trimestre
deste ano

Bancos e seguradoras dos Estados Unidos mostraram esse ano que estão
com apetite para comprar pequenas administradoras de recursos. No
primeiro trimestre, esses grandes players do mercado financeiro
compraram seis gestoras de recursos, em negócios que totalizaram mais
de US$ 1 bilhão, sendo que cinco deles não superaram a casa dos US$
250 milhões.
Para essas instituições menores, é uma questão de sobrevivência aliar-se
a grandes grupos de envergadura internacional. Para os grandes bancos e
seguradoras, a compra dessas administradoras significa agregar valor e
rentabilidade ao seu negócio.
De acordo com consultores da Nationwide Financial Services, as
seguradoras compraram tanto empresas especializadas em ações
voltadas para valor como para crescimento, publica a Pension &
Investments.
O American International Group (AIG) comprou recentemente a John
McStay, uma empresa de Dallas voltada para ações de pequena e média
capitalização, por US$ 100 milhões. A McStay tem cerca de US$ 4 bilhões
sob administração. Em janeiro, a AIG havia comprado a seguradora Sun
America, por US$ 18 bilhões, que tem ativos de US$ 3 bilhões.
A desproporção parece grande, mas segundo analistas tanto a AIG quanto
a McStay saíram ganhando. Esta ganha inserção internacional e um forte
canal de distribuição de seus fundos. E a AIG conseguiu um administrador
com alta performance para gerir fundos mútuos, ativos institucionais e
provavelmente os de seguros também.
Outro exemplo recente do apetite das seguradoras é a Credit Suisse
Group, , que pagou US$ 650 milhões pela Warburg Pincus Asset
Management em fevereiro. Essa empresa tem US$ 23,5 bilhões em ativos
administrados.
Aqui se aplica a mesma situação do caso anterior: o preço parece
pequeno, mas a empresa vai ganhar, diz Don Putnam, diretor de gestão
da Putnam, Lovell, de Guardiola & Thornton Inc.
Já os donos das empresas vendidas aos bancos não se saíram tão bem,
porque simplesmente se desfizeram delas. A Tattersall Advisory Group foi
vendida para o First Capital Group por entre US$ 70 milhões e US$ 100
milhões.
Robert Watson, ex-dono da The Managers Funds, empresa vendida em
fevereiro para o Affiliated Managers Group (AMG), disse que “não sabia
como levar a empresa para o próximo nível”. Estima-se que a AMG tenha
pago entre US$ 50 milhões e US$ 80 milhões pela administradora, que
tinha US$ 1,7 bilhão sob sua responsabilidade.
Para se dar bem no negócio de administração de fundos é necessário
ter “massa crítica”, na opinião de Art Nicholas, dono da Nicholas-Applegate
Capital Management LP. A administradora vendeu, em abril, sua divisão
de fundos de renda fixa, a Criterion Investment Management, por um
valor estimado entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões, para um banco
alemão. A Criterion tem US$ 9 bilhões em ativos de renda fixa sob
gestão, basicamente de investidores institucionais.
Apesar de todos os argumentos favoráveis, nem todos os administradores
de recursos de pequeno porte querem vender suas empresas. De acordo
com um recente estudo da Price Waterhouse Coopers LLP, com 170
pequenos e médios gestores de recursos, em todo mundo, muitas delas
pretendem crescer por meio de expansão própria, joint-ventures ou
alianças estratégicas, antes de fazer aquisições ou mesmo vender seu
negócio a um player maior.

Os maiores administradores
de recursos do mundo
Empresa Ativos (US$ bilhões)
1.Fidelity Investments 785,6
2.Barclays Global 615,4
3.State Street Global* 495,1
4.Vanguard Group* 447,5
5.Morgan Stanley Dean Witter* 376,0
6.Bankers Trust 361,9
7.Prudential Insurance 334,2
8.SSB Citi* 327,0
9.J.P.Morgan 316,2
10.UBS Brinson 297,6
11.Putnam Investments 294,0
12.Alliance Capital 286,6
13.Scudder Kemper* 281,2
14.Capital Research 273,0
15.TIAA-CREF 249,0
*inclui ativos repassados a outros administradores.
Fonte: Pension&Invesments