BFB e IBT agregam clientes e fundos ao Itau

Edição 55

A sofisticação do BFB e a agressividade do IBT somam ao
conservadorismo do Itaú e dão-lhe uma nova cara

A área de investidores institucionais do Itaú está ganhando uma nova
cara, com a absorção do BFB e do IBT, que agregam à imagem
conservadora que o banco tinha algumas pitadas de sofisticação e de
agressividade, respectivamente. A carteira de fundações do Itaú
aumentou em cerca de um terço com a fusão, ganhando 46 novos clientes
e quase R$ 600 milhões em recursos.
Do BFB, cuja imagem estava associada à experiência com derivativos e ao
controle de risco, o Itaú herdou 36 novas fundações. A incorporação do
banco francês, anunciada em 31 de março, também resultou na
incorporação de 8 fundos, entre mútuos e exclusivos, ao seu leque de
produtos.
O IBT, que tinha cerca de dois anos de vida e só operava com fundos
diferenciados, de alto potencial de retorno, agregou 10 novos fundos de
pensão para a carteira de clientes do Itaú. Essas entidades estavam
distribuídas em 6 fundos, entre exclusivos e mútuos, basicamente de
derivativos e multigarantidos (fundos de principal protegido com opções
especiais da BM&F).
“A fusão fortaleceu o Itaú na área de administração de recursos”, afirma o
diretor de produtos e clientes institucionais do Itaú, Alexandre Zákia. Ele,
que assumiu a nova função em abril, era anteriormente o diretor de
investimentos do BFB. Desde que veio para o Itaú, passou a capitanear as
negociações da migração de clientes, primeiro do banco francês e depois
do IBT.
De acordo com ele, os clientes receberam bem a notícia da fusão já nos
primeiros contatos, feitos por telefone e seguidos de envio de cartas a
cada um. “Não estamos tendo problemas com os clientes, mesmo porque
a maioria já era cliente do Itaú”, explica.
O contato com as fundações também está levando em consideração a
possibilidade da entidade querer mudar a estrutura de investimentos, já
que a gama de produtos do Itaú dobrou. “Estamos analisando cada caso,
vendo o que o cliente quer”, acrescenta o novo diretor de produtos e
institucionais.

Reestruturação – A incorporação dos dois bancos gerou, ainda, uma
mudança na estruturação interna no banco. Antes, havia uma
superintendência só para institucionais, a qual agora faz parte da diretoria
comandada por Zákia. Essa diretoria supervisiona diretamente duas
gerências, a de institucionais e a “personalité” (pessoas físicas de alta
renda), dando suporte às vendas de outras duas, a Itaúcorp (para
grandes corporações), e a de “middle market” (para pessoas jurídicas com
faturamento entre R$ 4 milhões e R$ 100 milhões).
Para manter toda essa estrutura, foram mantidos todos os profissionais
do BFB e parte do IBT, nas áreas de gestão e alguns gerentes comerciais.
A equipe está trabalhando mais de 12 horas por dia, para colocar a casa
em ordem. “Num período de transição é necessária uma carga extra de
trabalho, mas o resultado é compensador”, afirma Zákia.

O que o Itaú ganhou
Em novos clientes (fundações)
Do BFB: 36 fundações
Do IBT: 10 fundações
Em novos fundos (exclusivos e mútuos)
Do BFB: 8 fundos
Do IBT: 6 fundos
Em ativos sob gestão*
Do BFB: R$ 457,3 milhões
Do IBT: R$ 134,0 milhões
*dados do ranking 3º Top Asset.