Itaú fica em primeiro lugar em recursos da área private

Edição 52

Volume administrado pelo Itaú supera R$ 1,5 bilhão, com mais de R$ 200
milhões acima do BankBoston

O banco Itaú superou o BankBoston Asset Management em volume de
recursos administrados do segmento private no segundo semestre de 98.
De acordo com o ranking Top Asset, o Itaú chegou a 31 de dezembro
com R$ 1,537 bilhão, contra R$ 1,278 bilhão do semestre anterior. Já o
BankBoston teve um decréscimo no período, de R$ 1,578 bilhão para R$
1,431 bilhão.
De acordo com o diretor-adjunto responsável pela área no BankBoston,
Jan Karsten, essa redução se deve à migração de clientes de fundos que
tinham títulos públicos federais, para investimentos diretos em outros
papéis. “Esses investidores estavam com receio do risco Brasil, e optaram
por investir em CDBs ou papéis cambiais que não fossem títulos federais”,
explica.
A política de investimento dos fundos do BankBoston, tanto cambiais
como renda fixa, era colocar na carteira apenas títulos emitidos pelo
Tesouro ou pelo Banco Central. Até mesmo a carteira dos fundos DI é
lastreada nesses títulos. “Não investimos em títulos privados”, esclarece.
Daí os clientes que temiam o risco Brasil terem optado pela compra direta
de papéis de outro tipo. Ele informa que os saques foram basicamente
dos fundos DI.
Outra mudança significativa no ranking Top Asset para o setor private se
deu pelo crescimento da CCF Brain, que fechou o segundo semestre de 98
com R$ 1,281 bilhão sob gestão, tomando a terceira posição do Citibank.
O Citibank teve uma queda de cerca de R$ 110 milhões no volume de
recursos de private, e chegou a 31 de dezembro com R$ 1,087 bilhão.
Para o vice-presidente da CCF Brain responsável pelo segmento, Hiram
Maisonnave Jr., o resultado vem de um trabalho consistente da
empresa. “Temos tentado aprimorar cada vez mais a qualidade de nossos
produtos e serviços”, diz.
Segundo ele, os clientes priorizaram a segurança no segundo semestre, e
preferiram as aplicações em renda fixa. “Os investidores ficaram
satisfeitos com a taxa de juros que o governo estava pagando”. O
crescimento da captação, no semestre, foi de cerca de R$ 200 milhões.
Mas o destaque ficou mesmo com a Liberal Asset Management. A
empresa iniciou 98 com zero em recursos administrados, e terminou o ano
com R$ 682,3 milhões, e ficou com o sétimo lugar no ranking.
O nome do grupo controlador, o NationsBank, associado à experiência da
equipe e à consistência dos resultados são os motivos para o sucesso, de
acordo com a diretora do private, Verônica Medeiros Nieckele. “Fazemos
um trabalho de consultoria aos investidores, acompanhamos de perto” diz.
Devido ao rápido crescimento, a Liberal Asset Management, que tem sede
no Rio, decidiu expandir-se para São Paulo. A equipe paulistana contará
com três pessoas, e começa a operar em 11 de março. “Já temos clientes
em São Paulo, mas essa aproximação é importante, porque o mercado
paulista é muito grande”, acrescenta.