Edição 51
Quem perdeu com a crise cambial foram aqueles que acreditaram no governo e mantiveram posições vendidas em dólar
Quem perdeu com a crise cambial foram aqueles que acreditaram no governo e mantiveram posições vendidas em dólar. O banco Bozano, Simonsen, por exemplo, optou por continuar com a estratégia, mesmo depois da mudança no teto da banda cambial, o primeiro sinal de fragilidade do governo. “Achamos que não haveria mais mudanças tão rapidamente”, explica o diretor de asset management, Antônio Coury. O banco fechou o mês de janeiro com perdas em quatro fundos de derivativos, que vão de 8,4% a 19,79%. Somados, têm patrimônio de 67 milhões.
De acordo com Coury, entretanto, as perdas ficaram dentro do que estava estabelecido nos limites de risco, e por isso os resgates “não foram muito elevados”. No início de fevereiro, a situação já havia se estabilizado, diz.
Já o FonteCindam estava amarrado a posições vendidas em dólar assumidas no final do ano, que venceriam apenas em 29 de janeiro. De acordo com o gestor de renda fixa e derivativos, César Trotte, o banco acreditava que o governo faria a desvalorização, mas não em janeiro. “Naquele momento achávamos que o governo ainda tinha fôlego”, diz.
O fundo de renda fixa com derivativos, o Absoluto, perceu 2,31% de seu patrimônio; o Derivativos, de perfil moderado, ficou negativo em 15,04%, enquanto o Jaguar, 31,87%. O patrimônio desses fundos é de R$ 43 milhões (Absoluto), R$ 22 milhões (Derivativos) e R$ 26,5 milhões (Jaguar).