Fundação da csn troca gestor da carteira

Edição 50

A fundação CBS, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) trocou um de
seus sete administradores de renda fixa no final de 98, que administrava
carteira de R$ 10 milhões

A fundação CBS, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) trocou um de
seus sete administradores de renda fixa no final de 98, que administrava
carteira de R$ 10 milhões. Esse gestor, cujo nome não foi revelado pelo
diretor financeiro da entidade, Luís Perdigão, foi substituído pela UBS
Brinson, que começou a operar no Brasil em setembro último.
O critério para a escolha do novo gestor levou em conta o seu rating e a
sua proposta comercial, incluindo esquema de trabalho e taxas de
administração. Esse critério é adotado pela fundação há cerca de dois
anos, desde que começou a terceirizar seus recursos. Desde então,
mantém atualizada uma lista de gestores, com seus novos ratings e suas
propostas comerciais.
“Sempre dizemos aos gestores para manterem suas propostas
atualizadas, porque elas fazem parte do nosso processo de escolha. O
comitê de investimentos se reúne mensalmente, para avaliar os gestores,
e sempre existe a possibilidade de uma troca”, explica Perdigão.
A mudança de gestores segue parâmetros bem definidos. A CBS
estabelece médias-móveis de rentabilidade por períodos de tempo, para
melhor analisar a performance desses gestores. Assim, para permanecer
administrando recursos da fundação, é necessário ter uma rentabilidade
de pelo menos 99% do CDI na média de seis meses. Quem ficar dois
meses consecutivos abaixo de 80% do CDI é cortado
automaticamente. “Essa foi a maneira que encontramos de nortear o
trabalho dos administradores para um perfil conservador, e ao mesmo
tempo dar espaço para que eles tenham uma gestão ativa”, acrescenta.
Segundo Perdigão, ao adotar médias-móveis para medir a performance a
fundação reduz o apetite dos administradores pelo risco, já que não serão
julgados por um resultado pontual. “Não somos partidários de tirar o
último, aquele que teve a menor rentabilidade, preferimos fazer uma
análise comparativa admitindo a volatilidade do mercado, ainda mais
nesses últimos tempos”.
O método da CBS tem levado a pelo menos uma substituição por
semestre, desde que foi adotado. “Esse período poderia ser até mais
curto, mas as trocas demoram por causa dos custos envolvidos. Temos
que respeitar algumas carências, como o aniversário do fundo, por
exemplo”, explica Perdigão.

Exclusivos – A CBS vem canalizando, há cerca de dois anos, os novos
recursos para os fundos exclusivos de renda fixa, os quais somam hoje
R$ 120 milhões. É que ela não pode investir em renda variável, uma vez
que tem quase 35% de seu patrimônio investido em ações da
patrocinadora, a CSN, muito mais do que os 5% permitidos por lei. Por
conta disso, está num programa de enquadramento da Secretaria de
Previdência Complementar (ver Investidor Institucional nº47).
Apesar de estar funcionando bem, o modelo de avaliação da CBS poderá
sofrer mudanças. O diretor financeiro aguarda a definição do modelo de
gestão da SPC para poder estudar melhor o tema. Segundo ele, seria
mais interessante para a fundação ter um único administrador, que
exercesse também a função de custodiante.
Hoje, as normas de investimento para os fundos de pensão impedem
essa concentração. Pela lei, as fundações não podem ter mais de 20% de
suas aplicações num só gestor, mas o modelo de investimentos que está
sendo proposto pela SPC deve modificar esse limite. “Um grande gestor-
custodiante seria o responsável pela diversificação das nossas aplicações,
o que facilitaria o controle das mesmas”, diz Perdigão.

Duas novas conquistas da UBS
O UBS Brinson, que começou a operar no Brasil em setembro do ano
passado, já conquistou duas carteiras de fundos de pensão. Centrus
(Banco Central) e CBS (CSN) entregaram um total de R$ 45 milhões para
serem investidos em renda fixa, conta o diretor-executivo Maurício Bicalho
Neto.
Para ele, a conquista foi importante porque a instituição ainda não tinha
histórico no mercado local. “Os clientes viram a consistência do nosso
trabalho, a partir de nossa experiência lá fora”, diz. O UBS é o maior
banco do mundo em ativos, com mais de US$ 1 trilhão em recursos de
terceiros sob sua administração.