Edição 5
Premidos pelo aumento da concorrência e diante do novo ambiente de
inflação e juros baixos, os bancos especializados na gestão de recursos de
investidores institucionais estão sendo obrigados a baixar preços
Premidos pelo aumento da concorrência e diante do novo ambiente de
inflação e juros baixos, os bancos especializados na gestão de recursos de
investidores institucionais estão sendo obrigados a baixar preços. As taxas
cobradas pela administração de carteiras dos fundos de pensão caíram de
cerca de 2% há dois anos para algo em torno de 0,5%.
Comenta-se no mercado que existem instituições incluindo no cardápio de
atrativos um período de degustação que varia de um a seis meses,
durante o qual o cliente não desembolsa um centavo. Toda essa
movimentação não acontece à toa: os bancos estão fazendo uma aposta
no futuro.
Há mais de dez anos se escuta falar nas perspectivas fantásticas do setor
de previdência privada e de como o seu desenvolvimento irá aumentar a
possibilidade de negócios. Do plano Real para cá essa previsão começou a
se transformar em realidade. Hoje há mais fundos dispostos a terceirizar a
gestão de parte de suas carteiras do que há alguns anos. Mas ainda é
pouco diante do que é administrado internamente, dizem os especialistas.
“Cerca de 85% do volume do setor está nas mãos de fundações mantidas
por empresas estatais, mais resistentes à gestão externa”, avalia o
diretor superintendente da Lloyds Asset Mangement (LAM), Cláudio Bacchi.
A opinião do diretor técnico da Previ, João Bosco Madeiro, ilustra bem a
quantas anda a disposição dos fundos estatais em abrir mão do controle
interno de seus recursos. “O banco que provar ser mais eficiente que nós,
leva nossa carteira”, desafia. Mas não acredito que haja algum””.
Não bastasse a lentidão com que o segmento abre suas portas para o
administrador externo, a demora na aprovação da reforma da previdência
também impacienta os bancos. Além disso, a poupança para
aposentadoria criada pelo governo (Fapi), acabou frustrando as
expectativas do mercado, em razão do reduzido limite de isenção fiscal.
Ainda assim, os bancos avaliam que o potencial de crescimento do setor é
enorme, o que está tornando a concorrência cada vez mais acirrada.
A redução das taxas faz parte do arsenal usado na guerra por uma fatia
dos R$ 70 bilhões que hoje formam o patrimônio das fundações. “Há
alguns anos, as taxas praticadas pelos bancos estavam acima do padrão
internacional, mas a economia brasileira permitia isso porque o cenário
era de inflação e juros elevados”, afirma Roberto M. Nishikawa, diretor
executivo do Itaú Bankers Trust (IBT).
Para ele, as taxas atuais cederam em decorrência da estabilização da
economia e, a despeito da intensa competição desse mercado, não
devem cair mais. “A tomada de decisão do investidor tem de ser
embasada em informações e análises de qualidade e isso tem seu custo”,
diz. Para Cláudio Bacchi, da LAM, o cliente está disposto a pagar o preço
justo pela qualidade. “”Ele sabe que um bom serviço exige investimento