Pesquisa relaciona 60 fundos imobiliários

Edição 5

As fundações têm uma forte e decisiva presença entre os maiores fundos
de investimento imobiliário constituídos no país

As fundações têm uma forte e decisiva presença entre os maiores fundos
de investimento imobiliário constituídos no país. De acordo com
levantamento inédito realizado pela James Andrew International, empresa
de consultoria imobiliária, e publicado com exclusividade por Investidor
Institucional (ver tabela na pág. 8), existem 24 fundos imobiliários
constituídos – ou seja, já totalmente subscritos pelos cotistas – e
operando no mercado. O patrimônio desses 24 fundos é de R$ 329,77
milhões, conforme registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e
representa 26% do patrimônio total contabilizado, que é de R$ 1,272
bilhão.
Ao todo, são 60 fundos distribuídos da seguinte forma: 24 já constituídos,
26 aprovados mas ainda não totalmente subscritos e 10 em análise na
CVM.
Quatro carteiras imobiliárias, nas quais a participação dos fundos de
pensão é majoritária, correspondem a 52,72% do patrimônio dos
constituídos. Tratam-se dos fundos Panamby (R$ 67,12 milhões), Via
Parque (R$ 44 milhões), Minas Industrial (R$ 42,39 milhões) e Norchem
Guararapes (R$ 20,46 milhões). O estudo da James Andrew se baseou em
informações fornecidas pela CVM e pelos administradores dos fundos,
explica Sérgio Belleza, diretor da consultoria.
“O fundo Panamby tem como principais cotistas a Previ, que detém cerca
de 33% das cotas, a Petros, com 20% e a Valia, com 10%”, diz o diretor.
Ele conta que esse fundo foi totalmente integralizado e os recursos
aplicados na compra de um terreno próximo à marginal Pinheiros, em São
Paulo. A partir de agora, a responsabilidade pelas obras, que incluem
áreas comerciais e residenciais, é das construtoras. Aos cotistas só caberá
receber os rendimentos, pois não está prevista nova chamada de capital.
No Norchem Guararapes, estão presentes a Previnor, Economus, Ecos, a
Fundação Philips e a Basis. Este fundo foi formado para a aquisição de
parte do shopping Guararapes em Recife. Para tanto, fez uma emissão de
R$ 10,5 milhões. “Uma segunda emissão, no valor de R$ 9,96 milhões,
foi realizada posteriormente, com o objetivo de expandir o shopping e
também foi totalmente subscrita”, afirma Belleza.
O investimento em um complexo de armazéns em Betim, Minas Gerais, é
o objeto do Fundo Minas Industrial, que tem entre seus cotistas a
Fasbemge, a Femco, a Caixa dos Empregados da Usiminas, a Sistel e a
Serpros. Em uma primeira emissão, o fundo captou R$ 32,3 milhões,
usados na aquisição da área. Depois, veio novamente à mercado buscar
R$ 10,09 milhões para financiar o projeto de expansão.
O fundo Via Parque, que tem entre seus cotistas a Petros, a Previbanerj e
a Prece, está realizando uma segunda emissão, com a qual pretende
captar R$ 44 milhões para expansão de empreendimento no Rio de
Janeiro, adquiridos com os R$ 44 milhões levantados na primeira emissão.

Novos projetos – Apesar da restrição feita pela Secretaria de Previdência
Complementar, que limitou os investimentos das fundações em fundos
imobiliários, novos lançamentos voltados para essas entidades estão
sendo preparados. A distribuidora Mercúrio prepara uma segunda
emissão para elevar em R$ 40 milhões o capital do fundo Hermes.
Quando foi constituído, esse fundo captou R$ 1,25 milhão, utilizado na
compra de um terreno de 57 metros quadrados em Porto Alegre. A nova
emissão visa explorar essa área com a construção de um hospital, um
centro médico, um mini shopping e edifícios comerciais e residenciais.
Sérgio Belleza critica a criação do teto de 10% do patrimônio para
investimentos em fundos imobiliários. “Nos Estados Unidos, as fundações
são as grandes investidoras dos fundos imobiliários, um mercado com
patrimônio de US$ 80 bilhões”, diz. A preferência por esses ativos, em
detrimento da compra direta, representa uma tendência nos EUA (ver
reportagem na pág. 10). Segundo Belleza, 70% dos fundos imobiliários
nos EUA tem suas cotas negociadas em bolsa, o que garante a liquidez.