Empregados da vale querem deságio de 70%

Edição 5

O Investvale, vai receber financiamento ou garantia do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para participar da
privatização da companhia

O Investvale – clube de investimentos dos funcionários da Vale do Rio
Doce – vai receber financiamento ou garantia do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para participar da
privatização da companhia. Segundo Francisco Póvoa, presidente do clube,
outro ponto já acordado em reuniões com o banco é a indicação de um
representante do Investvale para o conselho de administração da
empresa.
O deságio na compra das ações da Vale ainda é ponto polêmico, uma vez
que o BNDES não quer manter o percentual de 70% usado nos leilões
anteriores. “Em todas as outras privatizações, o percentual foi de 70%,
inclusive no setor siderúrgico”, reclama Póvoa. Além disso, para participar
do controle acionário da empresa, os funcionários terão que pagar o preço
mínimo do leilão.
O Investvale tem direito de adquirir 6,31% das ações preferenciais e
4,45% das ordinárias, o que representa 5,11% do capital total da CVDR,
segundo resolução do Conselho Nacional de Desestatização. Esses
percentuais representam 10% da quantidade de ações da União na
empresa.
Francisco Póvoa diz que o projeto do clube é exercer na totalidade seu
direito de compra, ter liquidez nas preferenciais e manter as ordinárias
para negociar acordos acionários. “De acordo com uma pesquisa que o
Ibope fez na Vale, 86% dos funcionários pretendem manter suas cotas no
clube para poupança”, acrescenta.
A mesma pesquisa mostrou que 67% dos empregados eram contra a
privatização e que 95% confiam no Investprev. “O modelo de clube de
investimento deu certo na Usiminas, CSN, Açominas, nas quais foram
negociadas participações (dos funcionários) no acordo de acionistas”, diz
Póvoa. Participam do Investvale 31 mil empregados da CVDR: 98% dos
que estão na ativa e mais 70% dos aposentados.
O processo de privatização da Vale do Rio Doce está suspenso devido a
um mandado de segurança impetrado pelo deputado Luiz Gushiken, do
PT de São Paulo, impedindo a divulgação de informações estratégicas aos
participantes do leilão. O deputado se baseou, para o mandado, em
depoimento do presidente da Vale, que disse que a divulgação
prejudicaria a companhia e seus acionistas.