Rogieri sai e pretende virar consultor

Edição 48

Nelson Rogieri deixa a presidência da Abrapp com a sensação de dever
cumprido

Nelson Rogieri deixa a presidência da Abrapp com a sensação de dever
cumprido, afirma. A partir de janeiro, assume um assento no conselho
deliberativo da entidade, que lhe foi garantido com a vitória de Carlos
Caldas para sua sucessão, e de onde pretende continuar contribuindo para
o sistema. “Ser dirigente da Abrapp é um trabalho duro, é voluntário, mas
é muito gratificante, se aprende muito”, justifica.
Para ele, durante sua gestão, que durou do início de 96 ao final de 98, a
associação contribuiu fortemente para que as fundações se
modernizassem, acompanhando a evolução do mercado. A partir de
janeiro, passará a ser conselheiro da entidade
“Quando eu entrei na Abrapp haviam dois temas que ainda eram tabus:
planos de contribuição definida e terceirização de recursos. Hoje, os planos
de contribuição definida já fazem parte do dia-a-dia das fundações, e as
parcerias com administradores de recursos são comuns. Acho que a nossa
gestão contribuiu muito para esse processo”, sintetiza.
Para ele, essa parceria com gestores privados ajudou as fundações a
melhorar o retorno de seus investimentos, ao mesmo tempo em que
trouxe mais transparência para o mercado como um todo. Na área de
administração de passivos, as distintas realidades das entidades levou-as
a usar a criatividade no desenho dos planos, aportando para o sistema
como um todo. “Os fundos têm a vantagem de não competir entre si,
como os administradores de recursos e de previdência aberta. Por isso,
trocam experiências e se beneficiam, acabam funcionando como
intermediários entre o mercado e os participantes”, diz.
Um dos exemplos dessa cooperação, para Rogieri, foi a popularidade
conseguida pelo plano da PSS (fundação da Philips), que dá aos
participantes a possibilidade de escolher o perfil e o administrador de seus
investimentos. O plano foi implantado em 1996, quando ele era o
presidente da entidade, e hoje já foi adotado por “pelo menos uma dúzia
de fundos”. “Acho que o sistema vai caminhar para oferecer a escolha ao
participante. Esse é o futuro”, opina.

Consultor – Daqui em diante, além de conselheiro da Abrapp, Rogieri
pretende utilizar a experiência que acumulou como dirigente da entidade
e da PSS (aposentou-se da Philips no início desse ano) para aconselhar
empresas que queiram montar planos de aposentadoria. “Daqui para
frente serei chamado de consultor”, afirma.