Ibovespa não serve para fundações

Edição 46

A adoção de benchmarks para carteiras de fundos de pensão ainda é um
tema polêmico, sobretudo para a renda variável

A adoção de benchmarks para carteiras de fundos de pensão ainda é um
tema polêmico, sobretudo para a renda variável. O Ibovespa, o parâmetro
mais utilizado pelo mercado, não reflete a realidade das fundações, que
podem investir no máximo 5% de seu patrimônio em cada ação,
enquanto as concentrações do índice são bem maiores. O tema também
foi objeto das palestras do painel “Metodologias de proteção contra
riscos”, do 19º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão.
O diretor de asset management do Banco Patrimônio, Ricardo Weiss, fez
um estudo simulando um índice que denominou Ibovespa Institucional,
que se baseia no Ibovespa respeitando os limites legais de investimento
das fundações em renda variável. No período entre dezembro de 1990 a
agosto de 1998, o Ibovespa teria rendido 82% a mais que o Ibovespa
Institucional. “Os benchmarks ainda dão margem a muita discussão.
Mesmo porque a lógica de um fundo de pensão é diferente do mercado”,
diz.
Para o presidente da Intersec Research, empresa especializada na
avaliação de performance de fundos de pensão, Christopher Nowakowsk, a
adoção de benchmarks ainda é um tema novo para o mercado, não só no
Brasil como em outros países. “É uma área totalmente nova e ainda há
muito o que se fazer”, opina.