Edição 45
Algumas empresas de administração de recursos já começam a converter
os recibos da Telebrás nas ações das 13 holdings originárias do processo
de privatização
Algumas empresas de administração de recursos já começam a converter
os recibos da Telebrás nas ações das 13 holdings originárias do processo
de privatização. A transferência para os novos papéis pode ser verificada
mais nitidamente nos gestores de pequeno e médio porte, que tentam
obter ganhos adicionais com a operação.
“Já convertemos cerca de 15% dos recibos da Telebrás, e estamos de olho
nas oportunidades de ganho com as novas posições”, revela Roberto
Veirana, analista de renda variável do FonteCindam, que possuía uma
carteira de ações de R$ 94 milhões no fechamento do primeiro semestre
deste ano (ver Top Asset, na edição nº 41).
O analista do FonteCindam afirma que a instituição está aproveitando
algumas possibilidades de arbitragem entre as novas ações e os papéis
das antigas operadoras. Exemplos disso são as trocas que podem ser
efetuadas entre a Telesp Celular Participações e sua operadora, ou então,
entre a Tele Norte Leste e a Telerj ou a Telemig Fixa. “Estamos montando
pequenas posições com papéis de segunda e terceira linha das empresas
de telecomunicações”, diz Veirana.
Apesar do início da conversão por parte de algumas administradoras, a
maior parte do mercado ainda prefere adotar uma atitude mais cautelosa,
optando pela manutenção do recibo da Telebrás. “Com a alta volatilidade
das bolsas, preferimos manter os recibos na carteira porque apresentam
maior liquidez se comparados aos novos papéis”, diz Lúcio Graccho,
diretor de renda variável do CCF.
Ele afirma que não está realizando operações de arbitragem entre os
recibos e as novas ações, devido ao tamanho de sua carteira de ações, de
R$ 1,2 bilhão ao final do primeiro semestre. “Devido à baixa liquidez do
mercado, não é possível arbitrar com uma quantidade significativa de
recibos sem interferir nos preços”, explica Graccho.
Ainda de acordo com ele, a partir do momento em que as ações das 13
holdings começarem a ganhar liquidez, os gestores devem aumentar suas
arbitragens e começar a realizar a conversão do recibo em maior escala.
Isso só deve ocorrer, porém, com o aumento da circulação de informações
sobre as novas empresas e a abertura de seus balanços para os novos
acionistas.
Outro administrador que ainda não começou a converter os recibos é o
BMG. Apesar da diferença de preços entre a soma das 13 novas ações e a
Telebrás, ainda não está compensando iniciar a conversão. Mas essa
postura pode mudar nos próximos dias. “Com o provável aumento da
liquidez dos papéis das novas holdings, devemos começar a converter o
recibo nos próximos dias”, prevê Arnaldo José da Silva, administrador de
renda variável do BMG – que detinha em junho uma carteira de ações
avaliada em R$ 395 milhões.