Edição 45
O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) está
enfrentando um problema: a invasão das instalações do hospital por
membros do Movimento dos Sem-Teto e Moradores de Cortiços de São
Paulo.
Depois de enfrentar a burocracia de uma série de órgãos estatais para
conseguir a aprovação do projeto do complexo hospitalar-comercial
Umberto I, em São Paulo, o fundo de pensão dos funcionários do Banco
do Brasil (Previ) está enfrentando um outro problema: a invasão das
instalações do hospital por membros do Movimento dos Sem-Teto e
Moradores de Cortiços de São Paulo.
A invasão ao hospital, que se encontra desativado desde o final de 93,
começou no último dia 8 de outubro. A Previ entrou com uma ação de
reintegração de posse no dia seguinte à invasão, e conseguiu uma liminar
favorável à desocupação dos prédios no dia 13 de outubro. Contudo, os
Sem-Teto continuam alojados no local e reivindicam do governo do Estado
de São Paulo a construção de moradias para os membros do movimento.
Sem acordo – O diretor de participações da Previ, Vítor Paulo Gonçalves
negociou diretamente com os ocupantes mas não chegou a um
acordo. “Tomamos as medidas cabíveis neste caso e agora estamos
aguardando a saída dos invasores nos próximos dias”, diz ele.
Se o problema for resolvido, a fundação espera começar as obras do
empreendimento, que está orçado em R$ 250 milhões, até o final deste
ano. O outro obstáculo que ainda impede o início da construção do
Umberto I é a concessão do alvará municipal de aprovação do projeto
arquitetônico. A permissão já havia sido liberada em setembro de 96, mas
como venceu o prazo de dois anos para começar as obras, surgiu a
necessidade de revalidar a autorização anterior. As autorizações do
Condephaat e do Compresp (órgãos estaduais), referentes ao projeto de
restauração, saíram em maio e agosto deste ano, respectivamente.
A Previ decidiu investir no negócio no final de 95, após realizar um estudo
de viabilidade que durou mais de dois anos. O projeto prevê a reativação
do antigo Hospital Matarazzo com ampliação do número de leitos e
geração de 1500 empregos diretos. O novo hospital Umberto Primo, na
região da Avenida Paulista, terá cerca de 400 leitos e contará com centros
cirúrgico, de diagnósticos e de tratamento. O fundo de pensão está em
fase final de definição da empresa operadora e o modelo de atendimento
hospitalar que deve vigorar no Umberto I.
Anexos – Para completar o projeto, está prevista a construção de um
shopping center com área bruta locável de aproximadamente 8 mil metros
quadrados. No mesmo terreno, também serão edificados um conjunto de
171 flats, com previsão de 186 vagas para carros, além de uma torre de
escritórios com 26 pavimentos e 27 mil metros quadrados de área útil.