Pesquisa mostra queda em ações

Edição 42

A queda das Bolsas de Valores no mundo todo durante o mês de agosto
afugentou os investidores das aplicações em renda variável

A queda das Bolsas de Valores no mundo todo durante o mês de agosto
afugentou os investidores das aplicações em renda variável. A maioria dos
58 administradores que participam da pesquisa Bolsa de Tendências de
Investimentos (ao lado), respondeu que o volume de aplicações em ações
caiu durante o mês (33% apontaram queda moderada e 31% queda
acentuada), assim como o volume das aplicações em fundos de renda
variável (41% apontaram queda moderada e 15% queda acentuada).
Segundo análises de vários administradores, as quedas teriam sido
provocadas por investidores que não são institucionais, uma vez que
esses estariam mantendo seus recursos em renda variável para evitar a
realização dos prejuízos que teriam se vendessem os ativos nesse
momento de baixa. “Os investidores institucionais têm perfil de aplicação
de longo prazo, e por isso não precisam realizar as perdas num momento
de crise”, explica o diretor do ABN Amro, João Luiz Máscolo.
Ao contrário, algumas fundações com folga de caixa estariam até mesmo
pensando em entrar comprando papéis com preços muito baixo,
esperando uma alta para ganhar. “Os preços estão em níveis muito
baixos e, independente se ainda vão cair mais, justificam a sua compra
como investimento. Por isso, as fundações devem começar a comprar”,
opina Carlos Garcia, do Icatu.
Entre as entidades que já estão comprando ações está a Forluz, por
exemplo, que investiu R$ 10 milhões em papéis de alta liquidez nos
últimos dias de agosto (ver matéria na página 19 desta edição).
De um modo geral, porém, a tendência apontada pelos gestores de
recursos para setembro é de que os fluxos para as aplicações em renda
variável se mantenham praticamente estáveis. Dos que responderam à
Bolsa de Tendências, 48% apontaram expectativa de estabilidade para as
ações, e 49% apontaram a mesma expectativa para os fundos de renda
variável.

Renda Fixa – Na renda fixa a situação é claramente o inverso. A maioria
respondeu que os aplicadores aumentaram seus investimentos nesse tipo
de ativo em agosto. Para os títulos de renda fixa, 12% dos que
responderam à Bolsa apontaram que houve crescimento acentuado e 47%
apontaram que houve crescimento moderado. Para os fundos de renda
fixa, 12% apontaram que houve crescimento acentuado e 52%
responderam que houve crescimento moderado.
A expectativa para setembro é que continue crescendo. Do total de
respostas, 9% esperam crescimento acentuado e 56% crescimento
moderado das aplicações em títulos de renda fixa em setembro, e 18% e
60% esperam crescimento acentuado e moderado, respectivamente, dos
fluxos de recursos para fundos de renda fixa neste mês.
A maioria dos aplicadores, na verdade, está buscando reduzir seus riscos.
Na renda fixa, por exemplo, uma tendência é de migrarem das aplicações
pré-fixadas para pós fixadas (ver reportagem à página 18 deste edição).