Vikingprev quer trocar TR por outro índice

Edição 42

A Vikingprev, fundação dos empregados da Volvo, está analisando a
possibilidade de trocar sua meta atuarial, que é TR mais 0,5% ao mês,
por outro tipo de índice

A Vikingprev, fundação dos empregados da Volvo, está analisando a
possibilidade de trocar sua meta atuarial, que é TR mais 0,5% ao mês,
por outro tipo de índice. A maioria dos fundos de pensão brasileiros
adotam índices de preços como o IGPM ou INPC mais 6% ao ano para
servir de meta para correção da reserva matemática do plano de
benefícios.
Como a taxa de juros encontra-se em patamares muito mais elevados se
comparada à variação de preços, que inclusive está dando resultado
negativo em alguns meses, torna-se arriscado para a Vikingprev adotar a
TR como meta. São raros os casos de fundos de pensão que utilizam esse
tipo de índice. Além da Vikingprev, também a Fibra, dos funcionários da
Itaipu, usa a TR como referencial da meta atuarial.
O objetivo da Vikingprev com a troca é diminuir os riscos financeiros de
longo prazo do plano, uma vez que a taxa de juros tem atingido
patamares muito elevados, se comparados aos índices de preços. “Com a
adoção da TR como garantia mínima estamos mais expostos aos riscos
financeiros devido às oscilações frequentes dos juros no país”, explica a
diretora superintendente da fundação, Grace Stefani.
Apesar do plano da Vikingprev ser de contribuição definida, a entidade
decidiu adotar a TR mais 0,5% ao mês como garantia mínima de
remuneração das cotas com o objetivo de atrair a adesão dos
funcionários. Caso o desempenho dos ativos da fundação fique abaixo da
meta, pode-se criar uma situação mais propícia ao surgimento de um
desequilíbrio financeiro. “O problema adquire maiores dimensões nesta
época de acúmulo de grandes perdas na renda variável, que prejudicam o
desempenho global dos investimentos das fundações”, aponta José
Roberto Montello, atuário que desenhou os planos da Vikingprev e da
Fibra.
Por outro lado, a utilização de um indexador vinculado a preços pode levar
ao problema da rentabilidade negativa, que costuma ocorrer em períodos
de deflação. Ou seja, “a adoção de um índice de preços como meta
atuarial pode criar uma situação indesejável de correção da reserva abaixo
da garantia mínima de 6%”, explica Montello.
No caso da Fibra, que é patrocinada por uma empresa binacional, a Itaipu,
o atuário procurou utilizar um índice mais compatível com o plano de
benefícios dos empregados do lado paraguaio. A taxa de juros é uma
referência mais viável que um índice de preços para realizar a comparação
entre as economias dos dois países.